MILÃO, 2 MAI (ANSA) – O papa Francisco, em sua defesa à causa migrante, foi homenageado com um mural na Caritas Ambrosiana, em Milão, norte da Itália, onde sua figura aparece associada ao do menino sírio Alan Kurdi, que se tornou um símbolo mundial do deslocamento forçado.
Assinado pelo artista italiano aleXsandro Palombo, “Franciscus – The Hope” (“Francisco – A Esperança”) é definida pelo autor como “dura, mas necessária”.
“O papa Francisco é retratado vestindo o hábito franciscano, emblema da pobreza e da renúncia, e um colete salva-vidas laranja, símbolo de esperança para os migrantes que cruzam o mar. A seus pés, o corpo sem vida do pequeno Alan Kurdi, a criança síria que se tornou um símbolo global da tragédia da migração”, explicou Palombo, cujas obras abordam desde a indiferença até a desordem política e social dos tempos atuais.
Segundo o artista, o mural é uma releitura da obra “Pietà” do renascentista Michelangelo, onde Jesus é retratado morto nos braços de sua mãe.
“Como uma ‘Pietà’ contemporânea, o Papa acolhe o corpo do pequeno Alan Kurdi tal como Maria acolhe o filho. Um ícone urbano que eleva a compaixão à categoria de um gesto sagrado, Francisco se torna uma ponte entre o humano e o sagrado, protetor da última e silenciosa testemunha da dor do mundo”, disse Palombo.
Em seus 12 anos de pontificado, Jorge Bergoglio, falecido no último 21 de abril, sempre defendeu os migrantes, definindo-os como “pessoas que fogem da miséria e da violência em busca de uma vida melhor”.
Já Alan Kurdi, um menino sírio de 3 anos, tornou-se um símbolo dos refugiados internacionais após seu corpo ser encontrado em uma praia na Turquia em 2015, vítima de afogamento após o bote que o levava com sua família naufragar durante uma travessia rumo à Europa. (ANSA).