Quanto tempo levou para 10 últimos papas serem escolhidos?

VATICANO, 5 MAI (ANSA) – O próximo conclave que definirá o sucessor do papa Francisco, morto no último dia 21 de abril, será o 11º processo para eleger um líder para a Igreja Católica Romana desde o início do século 20. Ao longo da semana, diversos cardeais presentes nas Congregações Gerais afirmaram que a escolha do novo Santo Padre será rápida, entre dois e três dias e, por isso, muitos fiéis já começaram a apostar qual será a fumaça decisiva.   

Muitos acreditam que possa ser a quinta, como aconteceu no conclave que elegeu Jorge Bergoglio, em 2013, depois de apenas dois dias de conclave, mesmo que alguns jornalistas tenham posteriormente relatado que esta efetivamente seria a sexta, tendo em vista que a anterior foi anulada devido a um erro de procedimento.   

No próximo dia 7 de maio, os cardeais entrarão na Capela Sistina, no Vaticano, às 16h30 (horário local), após a missa pro elegendo pontífice da manhã, e a primeira votação será realizada imediatamente. Em caso de fumaça preta, os dias seguintes seguem com um total de quatro votações, duas pela manhã e duas à tarde, até atingir o quórum de dois terços – ou seja 89 dos 133 votos.   

De acordo com o cardeal de Bagdá, Louis Raphael Sakò, o novo pontífice poderá ser eleito na noite do dia 8 ou no dia 9 de maio. Nesta fase, essas são apenas hipóteses, mas uma olhada nos precedentes indica que todas as eleições papais no último século foram caracterizadas pela brevidade e rapidez.   

Desde o início do século 20, foram realizados 10 conclaves. Pio X, nascido Giuseppe Sarto, patriarca de Veneza, levou quatro dias e sete votações para ser eleito Papa, em 4 de agosto de 1903, após o veto imposto pelo imperador Francisco José ao então secretário de Estado, cardeal Mariano Rampolla.   

Mas menos ainda: três dias e 10 escrutínios foram suficientes para eleger Bento XV. Em 3 de setembro de 1914, poucas semanas após o início da Primeira Guerra Mundial, a escolha recaiu sobre Giacomo Della Chiesa, arcebispo de Bolonha e cardeal por apenas três meses.   

O mais conturbado, e também o mais longo do século 20, foi o conclave que elegeu Pio XI, o cardeal Achille Ratti, arcebispo de Milão. A fumaça branca surgiu em 6 de fevereiro de 1922, na 14ª votação em cinco dias.   

Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, porém, ocorreu o conclave mais curto do século passado: três escrutínios em dois dias foram suficientes para que o cardeal Eugenio Pacelli, secretário de Estado de Pio XI, ascendesse ao trono papal com o nome de Pio XII, em 2 de março de 1939.   

Já João 23 foi eleito em quatro dias e 11 escrutínios: o patriarca de Veneza Angelo Giuseppe Roncalli, candidato a papa já nas previsões, obteve sua fumaça branca em 28 de outubro de 1958. E o mesmo aconteceu com Paulo VI, o favorito no conclave de 1963, quando foi eleito em 21 de junho, após três dias e seis escrutínios.   

Foi uma surpresa que João Paulo I tenha sido eleito em 26 de agosto de 1978: Albino Luciani, patriarca de Veneza, atingiu o quórum de votos em dois dias e quatro votações. E, após apenas 33 dias de pontificado, ele foi sucedido ? novamente surpreendentemente ? pelo cardeal polonês Karol Wojtyla, arcebispo de Cracóvia, o João Paulo II, eleito na oitava votação, no terceiro dia do conclave, em 16 de outubro de 1978.   

Por fim, Joseph Ratzinger, ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o primeiro papa do terceiro milênio com o nome de Bento XVI, foi eleito em dois dias, com quatro votações, em 19 de abril de 2005. (ANSA).   

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