Contagem regressiva para conclave inicia com juramentos

VATICANO, 5 MAI (ANSA) – A contagem regressiva para o início do conclave que definirá o sucessor do papa Francisco começou nesta segunda-feira (5), com os cardeais prestes a realizar suas últimas congregações gerais e com o juramento de confidencialidade dos funcionários do Vaticano.   

Com o objetivo de chegar a definições sobre o futuro da Igreja Católica Romana, os religiosos dobrarão o tempo de debate hoje, com uma reunião na parte da manhã e outra às 17h (horário local).   

Já na terça-feira (6) está programada, até o momento, apenas a congregação matinal, às 9h. Mas, posteriormente, será avaliada a necessidade de uma segunda sessão para a tarde, segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.   

A expectativa é de que o conclave, cujo início será no próximo dia 7 de maio, dure pouco tempo. Ontem, inclusive, o arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, disse que espera que o novo pontífice seja capaz de combinar as características dos três últimos.   

“As características que espero do próximo papa são, antes de tudo, um sorriso, sempre um sorriso no rosto e depois humildade, simplicidade”, afirmou.   

“Acho que teremos sorte se pudermos ter uma mistura dos últimos papas: Francisco, mas também penso na intensidade intelectual de Bento XVI e João Paulo II, com sua coragem e seu chamado para seguir Jesus. Acho que se der para combinar essas grandes características deles, seria uma bênção”, concluiu.   

Hoje, os funcionários da Santa Sé, chamados de “oficiais e assistentes do conclave”, vão prestar juramento, previsto no “Ordo Rituum Conclavis”, texto oficial da Igreja que dispõe normas e processos, às 15h (horário local), na Capela Paolina, primeira loggia do Palácio Apostólico Vaticano.   

A lista inclui todos os que participarão do conclave, tanto eclesiásticos quanto leigos, aprovados pelo camerlengo e pelos três cardeais assistentes. Todos terão que jurar sobre o Evangelho e assinar o juramento prescrito.   

Entre os convocados estão o secretário do Colégio Cardinalício; os mestres das celebrações litúrgicas e de cerimônias papais; o eclesiástico escolhido pelo cardeal que preside o conclave, isto é, Pietro Parolin, para auxiliá-lo em seu escritório; os religiosos vinculados à sacristia pontifícia; pessoas religiosas de várias línguas para confissões; médicos e enfermeiros; os ascensoristas do Palácio Apostólico; o pessoal responsável pelos serviços de cantina e limpeza; o pessoal do florista e serviços técnicos.   

Além deles há também os responsáveis pelo transporte dos eleitores da Casa Santa Marta para o Palácio Apostólico; o coronel e um major do Corpo da Guarda Suíça Pontifícia, designados para guardar a área próxima à Capela Sistina; e o diretor dos Serviços de Segurança e Defesa Civil do Estado da Cidade do Vaticano com alguns de seus colaboradores.   

Todos eles, depois de terem sido instruídos sobre o significado do juramento, deverão pronunciar e assinar pessoalmente a fórmula, perante o cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana, com dois protonotários apostólicos como testemunhas.   

“Prometemos e juramos observar com a máxima fidelidade para com todos, seja clérigo ou leigo, o segredo sobre tudo aquilo que de qualquer modo resguarda a eleição do Romano Pontífice [papa] e sobre aquilo que estiver no lugar da eleição, concernente direta ou indiretamente ao escrutínio; de não violar de modo algum este segredo seja durante, seja depois da eleição do novo pontífice, a menos que não tenha sido concedida autorização explícita do mesmo Pontífice; de não prestar mais apoio ou favor a qualquer interferência, oposição ou outra forma qualquer de intervenção com a qual a autoridade secular de qualquer ordem e grau, ou qualquer grupo de pessoas ou ente querido de interferir na eleição do Romano Pontífice”, afirma um trecho do juramento.   

De acordo com o “Ordo Rituum Conclavis”, os 133 cardeais que votarão no conclave também terão que jurar observar “fiel e escrupulosamente” a Constituição apostólica escrita pelo papa João Paulo II, chamada de “Universi Dominici Gregis”. Além disso, jurar empenhar em realizar fielmente a missão de escolher o novo pontífice, respeitando “o munus Petrinum, os direitos espirituais e temporais e a liberdade da Santa Sé”. (ANSA).   

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