You Heung-sik, o ‘Lázaro’ do Extremo Oriente que pode ser papa

VATICANO, 5 MAI (ANSA) – Por Paola Lo Mele – Paz em todos os cantos da Terra e reconciliação da Península Coreana são seu mantra. O nome escolhido por ele, Lázaro, refere-se à ressurreição, ao novo nascimento com Deus. O cardeal sul-coreano You Heung-sik tem um histórico de pontes e diálogos: ele foi o homem-chave na visita de Jorge Bergoglio à Coreia do Sul em agosto de 2014 e agora é um dos possíveis candidatos à sua sucessão.   

Nascido em 1951, em Nonsan-gun Chungnam, ele vivenciou em primeira mão a tragédia da Guerra da Coreia, que logo o deixou órfão. Depois de concluir o ensino fundamental, se matriculou na Daegeon Middle High School em Nonsan, onde se formou em 1969.   

Durante esses anos, ele foi beneficiário de uma bolsa de estudos de uma associação feminina austríaca e decidiu agradecê-las retornando à igreja. Aos 16 anos, foi batizado e escolheu o nome Lázaro, que remete a uma nova vida com Deus.   

Na época, You encontrou um obstáculo inicial em sua jornada de fé na família, mas o contorna com uma mentira: enquanto vai fazer o vestibular para o seminário, conta à família ? que não aceitou seu caminho espiritual ? que foi fazer a prova em uma universidade laica.   

Em 1969, foi admitido na Universidade Católica de Seul, onde estudou filosofia e teologia. Três anos depois, quando foi convocado para o serviço militar obrigatório, ele cumpriu seu dever, mas sem perder de vista seus objetivos.   

Já em 1976, mudou-se para Roma e matriculou-se na Pontifícia Universidade Lateranense, onde recebeu a ordenação sacerdotal: aos 28 anos era padre da diocese de Daejeon e, alguns anos depois, obteve o doutorado em teologia moral.   

Ao retornar à sua terra natal, ocupou vários cargos: primeiro assistente do pároco da Catedral de Santa Teresa do Menino Jesus em Daejeon, depois diretor da casa de retiros Solmoe e reitor do centro de educação católica e professor na universidade católica da mesma cidade.   

Aos 51 anos de idade, Lázaro foi nomeado bispo coadjutor de Daejeon pelo papa João Paulo II. Entre 2005 e 2012, visitou a Coreia do Norte quatro vezes como presidente do serviço social da conferência episcopal do território.   

Em 2014, ele recebeu Francisco durante sua viagem apostólica à Coreia do Sul em Daejeon e quatro anos depois foi chamado a participar como membro nomeado pelo papa na XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em Roma.   

Avançando para 2021: Bergoglio o nomeou prefeito da Congregação para o Clero, arcebispo e membro da Congregação para a Evangelização dos Povos. Em meados de 2022, ele se tornou cardeal. (ANSA).   

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