Netinho recebe alta após concluir a terceira fase do tratamento contra o câncer

Na tarde desta sexta-feira, o cantor Netinho, de 58 anos, deu uma notícia em suas redes sociais. Ele contou que recebeu alta do Hospital Aliança Star Rede D’Or, de Salvador (BA), após a terceira etapa da quimioterapia no tratamento contra o câncer no sistema linfático, revelado publicamente no final de março.

“Estou de alta! Olha que beleza! Estou indo para casa”, comemorou o artista.

Netinho ainda mostrou a evolução de uma planta no hospital para, segundo ele, emanar boas energias aos demais enfermos. “Como sempre faço, vou mostrar aqui a plantinha que eu plantei. Tem uma flor só, olha que linda, mas está cheia de brotinhos, vai encher, olha aqui. E sempre que plantar essa flor aqui, é para que ela emane, para todos os doentes e pacientes que estão aqui no hospital, fé, disciplina e, principalmente, paciência”, escreveu.

Netinho já passou por três cirurgias no cérebro e precisou colocar quatro stents. Em 2013, sofreu três AVCs e perdeu a voz devido ao uso de anabolizantes.

Devido à internação, o artista cancelou toda a sua agenda de apresentações marcadas para o Carnaval de 2025. Netinho ganhou destaque na década de 1990 com sucessos como “Milla”, “Capricho dos Deuses” e “A Vida é Festa”.

 

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Câncer no sistema linfático

À reportagem da IstoÉ Gente, a Dra. Daniélle Amaro, médica oncologista e cofundadora do canal Longidade, explica a doença que acomete o cantor Netinho. Entenda!

O que é câncer no sistema linfático?

O câncer do sistema linfático, também conhecido como linfoma, refere-se a um grupo de doenças malignas que afetam o sistema linfático, uma parte vital do sistema imunológico. Ele pode surgir quando os linfócitos (células brancas do sangue) sofrem mutações e se multiplicam de forma descontrolada. Esse tipo de câncer tem incidência variável dependendo do tipo (linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin), com diferenças significativas na faixa etária afetada.

O linfoma de Hodgkin corresponde a cerca de 0,5% a 1% dos casos, enquanto o linfoma não-Hodgkin representa 4% de todos os cânceres diagnosticados anualmente, com um aumento na incidência ao longo dos últimos anos, principalmente devido ao envelhecimento da população.

Causas

As causas específicas não são completamente compreendidas, mas fatores de risco incluem predisposição genética, infecções virais, como o vírus Epstein-Barr, exposição a certos produtos químicos, como agrotóxicos, pesticidas e solventes industriais, além de exposição à radiação e ao diagnóstico de imunodeficiências.

Diagnóstico

O diagnóstico se inicia com a observação dos sintomas da doença, que incluem: gânglios linfáticos aumentados, febre, suores noturnos, perda de peso, fadiga extrema, prurido, dores no peito, dificuldade respiratória, náuseas e dor abdominal.

Em muitos casos, os sintomas são leves no início e podem ser confundidos com outras condições, como infecções ou doenças autoimunes. Assim, se você ou alguém apresentar esses sintomas de forma persistente ou inexplicável, é essencial procurar um médico para uma avaliação mais detalhada. Essa avaliação envolve uma combinação de exames físicos, exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, biópsia de linfonodos afetados e análises laboratoriais para avaliar o tipo e estágio do câncer. Avanços recentes também incluem testes genéticos e marcadores moleculares que auxiliam na determinação do tratamento mais eficaz.

Tratamento

O tratamento do câncer linfático, seja de Hodgkin ou não-Hodgkin, evoluiu consideravelmente nos últimos anos. A quimioterapia e a radioterapia continuam sendo os pilares do tratamento, mas a imunoterapia e a terapia-alvo, além do transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas, oferecem novas opções, especialmente para casos refratários ou recidivantes. A combinação de diferentes abordagens, como a imunoterapia com quimioterapia, tem mostrado melhores taxas de sucesso atualmente, tornando o tratamento mais personalizado e eficaz.

A imunoterapia é constituída por medicamentos que utilizam o sistema imunológico do corpo para atacar células cancerígenas, enquanto a terapia-alvo é feita por meio de medicamentos que identificam e atacam células cancerígenas de forma mais precisa, sem afetar significativamente as células saudáveis do corpo.

O transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas pode ser utilizado quando o linfoma não responde ao tratamento inicial ou quando ocorre uma recidiva da doença após um tratamento padrão. Este procedimento envolve o uso de células-tronco do próprio paciente ou de um doador para reconstituir a medula óssea após um tratamento de quimioterapia de alta dose.

Prevenção

A prevenção é difícil devido à complexidade das causas, mas evitar exposições conhecidas a produtos químicos nocivos, manter um estilo de vida saudável e buscar o diagnóstico precoce podem ajudar.

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