Guilherme Amado: Requião diz não ver diferença entre Lula e Ratinho Jr

Sem partido, o ex-senador e ex-governador do Paraná Roberto Requião tem sido procurado por partidos para as próximas eleições. A conversa mais potente é com o PDT, que está balançado com o governo Lula desde a demissão do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi. À coluna, Requião disse que ainda não se decidiu, mas que a prioridade, mais que ser candidato, é construir “um programa para o Brasil”.

Parceiro de Lula desde o primeiro governo, em 2003, o paranaense agora não economiza nas críticas ao petista e um suposto entreguismo.

“É um erro brutal esse. E esse erro continua hoje com o governo do Lula. Lula diz que é favor do mercado livre, mas até o Trump está tentando proteger os Estados Unidos, não é?”, questionou, ao criticar a política econômica de Fernando Haddad.

Questionado se seria um candidato de oposição a Lula na próxima eleição, Requião desconversou.

“Não se trata de termos candidatos a presidente, mas um programa, um projeto nacional. Projeto que leve em consideração a soberania do país. O Lula, aqui no Paraná, ele nos iludiu. Foi ele que fez um pedágio por mais 30 anos, absurdo. Apoiou a venda da Copel. Com PPI, estão privatizando a Sanepar, que era a melhor companhia do Brasil, Copel e Sanepar. Estão privatizando o Porto de Paranaguá”, reclamou.

Requião foi mais além: disse não ver diferença entre o petista e o governador Ratinho Júnior, do PSD:

“Me pergunta, o Rato [Ratinho] é candidato à Presidência? Eu acho um horror, mas seria igual o Lula. Privatização da Copel, Sanepar, pedágio, Porto de Paranaguá. O que é que você quer mais? Parceria entre os dois.”

Roberto Requião disse que, em 2022, empenhou-se na campanha de Lula para derrotar Jair Bolsonaro, o que não deve se repetir em 2026.

“Naquele momento valeu a pena, porque o Bolsonaro era a doidice. Mas, agora, nós precisamos dar um passo à frente a favor do Brasil, da soberania, do processo civilizatório brasileiro”, disse.

“Lula ganhar a eleição para quê? Para vender o o resto do Brasil? Para vender a Petrobras de uma vez por todas?”, provocou, tratando de um cenário que não é considerado pelo governo federal.

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