O governo de Lula está buscando um equilíbrio delicado entre a implementação de medidas populistas e a manutenção da responsabilidade fiscal, segundo análise de Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da Eurasia Group, parceira de conteúdo do WW.
Com uma taxa de aprovação atual de cerca de 43%, o governo enfrenta o desafio de aumentar seu apoio popular antes das eleições de 2026, especialmente considerando os recentes escândalos de corrupção que podem impactar negativamente sua popularidade.
Medidas populistas em pauta
Entre as medidas que estão sendo consideradas, Garman menciona:
– Troca da dívida de hospitais privados para desafogar o SUS
– Isenção do pagamento de conta de luz para famílias de baixa renda
– Novo vale-gás
– Medidas de crédito para habitação
Essas iniciativas visam estimular a economia e melhorar a percepção pública do governo, mas são implementadas de forma gradual e cautelosa.
Preocupação com as contas fiscais
Apesar da pressão por medidas populistas, o governo demonstra preocupação em não comprometer excessivamente as contas fiscais. Garman ressalta que uma mudança drástica nas metas fiscais poderia levar a uma desvalorização do câmbio, como ocorreu em dezembro do ano passado, quando o dólar chegou a R$ 6,20.
Garman conclui que o governo está adotando uma abordagem de “pinga-gotas”, anunciando medidas de crédito que não impactam profundamente as contas públicas, mas que ainda assim estimulam a economia. Esta estratégia busca encontrar um meio-termo entre o populismo e a responsabilidade fiscal, evitando uma guinada populista mais acentuada.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Christopher Garman: Governo Lula embarcou em série de medidas eleitoreiras? no site CNN Brasil.