
Anamã é um dos 28 municípios em situação de emergência no estado pela cheia. Nesta terça-feira (27), nível do Rio Solimões no município está em 16,73 metros, ficando a 1,52 metros de marca histórica. Cheia já atingiu 800 famílias da Zona Urbana de Anamã
Adauto Silva/Rede Amazônica
A cidade de Anamã, no interior do Amazonas, está com 70% do território alagado pela cheia do Rio Solimões e cerca de 1,7 mil famílias estão sendo afetadas, informou a Defesa Civil Municipal nesta terça-feira (27). Anamã é um dos 28 municípios em situação de emergência devido a cheia que atinge o estado.
De acordo com o monitoramento hidrológico da Defesa Civil do Amazonas, nesta terça-feira o nível do Rio Solimões na região está em 16,73 metros, ficando a 1,52 metros da marca histórica de 18,25 metros, atingida em 2015.
📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp
Historicamente, a cheia na região começa na segunda quinzena de outubro, com o fim da seca, que em 2024 registrou níveis recordes no estado. A previsão é que o cenário se mantenha. Segundo o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, as nove calhas dos rios amazonenses devem permanecer em cheia até, pelo menos, junho.
De acordo com a prefeitura de Anamã, 800 famílias na sede da cidade já estão sofrendo os impactos causados pelo alto nível do Rio Solimões. Já em 22 comunidades da zona rural do município, 997 famílias estão sendo afetadas..
“As principais dificuldades são as locomoções. Pra gente sair mesmo de casa fica mais difícil. Para quem tem canoa fica bom, para quem não tem não fica complicado”, relatou o agricultor Leandro Ribeiro.
ESTIMATIVA: Cheia dos rios no Amazonas não deve superar recorde histórico em Manaus e outros três municípios, aponta SGB
Decreto de emergência
20 cidades do Amazonas estão em emergência por causa da cheia de rios
Segundo o Painel de Monitoramento Hidrometeorológico do órgão, mais de 260 mil pessoas são afetadas diariamente pela cheia, enfrentando dificuldades de locomoção, perdas na produção rural e inundações em suas casas.
Na última sexta-feira (23), cinco municípios foram reclassificados do estado de alerta para emergência: Carauari, às margens do Rio Juruá, Fonte Boa, no Rio Solimões, Itapiranga e Urucurituba, banhados pelo Rio Amazonas, e Nova Olinda do Norte, no Rio Madeira.
Confira a lista dos 28 municípios que estão em situação de emergência:
Humaitá – Rio Madeira
Apuí – Rio Madeira
Manicoré – Rio Madeira
Boca do Acre – Rio Purus
Guajará – Rio Juruá
Ipixuna – Rio Juruá
Novo Aripuanã – Rio Madeira
Benjamin Constant – Rio Solimões
Borba – Rio Madeira
Tonantins – Rio Amazonas
Itamarati – Rio Juruá
Eirunepé – Rio Juruá
Atalaia do Norte – Rio Solimões
Careiro – Rio Solimões
Santo Antônio do Içá – Rio Solimões
Amaturá – Rio Solimões
Juruá – Rio Solimões
Japurá – Rio Amazonas
São Paulo de Olivença – Rio Solimões
Jutaí – Rio Jutaí
Careiro da Várzea – Rio Solimões
Maraã – Rio Japurá
Anamã – Rio Amazonas
Carauari – Rio Juruá
Fonte Boa – Rio Solimões
Itapiranga – Rio Amazonas
Nova Olinda do Norte – Rio Madeira
Urucurituba – Rio Amazonas
Além dos municípios em emergência:
Três estão em estado de atenção;
29 em alerta;
e dois em normalidade.
🌧️ Segundo o meteorologista e pesquisador Leonardo Vergasta, dois fenômenos explicam o aumento no volume dos rios em comparação a 2024:
O Inverno Amazônico, que traz chuvas acima da média para a Região Norte e deve durar até o fim de maio.
O La Niña, que chegou ao fim em abril, mas deixou consequências.
“No início de 2025, tivemos a atuação do La Niña, que resfria as águas do Pacífico Equatorial. Isso aumenta a intensidade das chuvas na região. Como coincidiu com nosso período chuvoso, desde fevereiro, toda a bacia amazônica registrou volumes de chuva acima do normal”, explicou o pesquisador.
Dezenas de municípios do AM enfrentam cheia acima do normal