A Rússia criticou os aliados ocidentais da Ucrânia nas Nações Unidas nesta terça-feira (13) por não condenarem a incursão de Kiev na região russa de Kursk. A Rússia acusou as forças ucranianas de matar civis e questionou os objetivos do ataque transfronteiriço.
Os aliados da Ucrânia no Conselho de Segurança da ONU – incluindo os Estados Unidos, a França e o Reino Unido – permaneceram firmes em seu apoio a Kiev durante uma reunião informal do conselho convocada pela Rússia. Eles não mencionaram a ofensiva de Kursk.
“Não ouvimos uma palavra de condenação dessas ações dos patrocinadores ocidentais do regime de Kiev que continuam a encobrir os crimes abomináveis de seu fantoche”, disse o vice-embaixador russo na ONU, Dmitry Polyanskiy, na reunião do conselho.
“Eu ficaria grato pela explicação de como intencionalmente ter civis como alvos serve ao objetivo de interromper ataques em território ucraniano, dado o fato de que não havia objetos militares ou infraestrutura na área”, ele acrescentou.
Milhares de soldados ucranianos iniciaram o ataque surpresa há uma semana, um movimento que o presidente russo Vladimir Putin disse ter como objetivo melhorar a posição de negociação de Kiev antes de possíveis negociações e desacelerar o avanço das forças russas ao longo da frente.
Os apoiadores ocidentais da Ucrânia — interessados em evitar uma escalada da guerra para um confronto direto entre a Rússia e a Otan — disseram que não tiveram nenhum aviso prévio da ofensiva ucraniana que conquistou uma fatia do território russo.
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1 de 13Exército russo amplia presença na região de Kursk após incursão surpresa da Ucrânia na fronteira com a Rússia
Crédito: Reuters -
2 de 13A incursão é a primeira vez que tropas estrangeiras entraram em território russo desde a Segunda Guerra Mundial
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3 de 13Forças russas atacam equipamento militar da Ucrânia perto de Kursk
Crédito: Foto do Ministério da Defesa da Rússia /Anadolu via Getty Images -
4 de 13Um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa da Rússia mostra as forças russas lançando um ataque de mísseis com Lancet.
Crédito: Russian Ministry of Defense/Anadolu via Getty Images -
5 de 13Um veículo aéreo não tripulado (VANT) visa o tanque militar das Forças Armadas Ucranianas na área de fronteira perto do Oblast de Kursk, Rússia, em 12 de agosto de 2024.
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6 de 13Militares ucranianos pilotam um veículo blindado de transporte de pessoal perto da fronteira russa na região de Sumy em nova incursão da Ucrânia na fronteira com a Rússia
Crédito: 12/08/2024REUTERS/Viacheslav Ratynskyi -
7 de 13Militares ucranianos perto da fronteira russa em Sumy em mudança notável de táticas de Kiev
Crédito: 11/8/2024 REUTERS/Viacheslav Ratynskyi -
8 de 13Kiev reconheceu oficialmente que seu exército estava operando dentro da Rússia.
Crédito: 12/8/2024 REUTERS/Viacheslav Ratynskyi -
9 de 13Solados ucranianos retiram bandeira russa de prédio na região de Kursk
Crédito: Exército da Ucrânia via Reuters -
10 de 13A bandeira russa no chão em Sverdlikovo, região de Kursk, Rússia.
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11 de 13Soldados levantam a bandeira da Ucrânia em Guevo, região de Kursk, Rússia.
Crédito: Telegram/Yurii Mysiagin -
12 de 13Casa danificada após o que autoridades locais chamaram de ataque militar ucraniano na cidade de Sudzha, na região de Kursk, Rússia
Crédito: 06/08/2024Governador interino da região de Kursk, Alexei Smirnov via Telegram/Divulgação via REUTERS -
13 de 13Milhares de russos foram forçados a fugir de suas casas enquanto as tropas ucranianas continuaram a invadir o território russo nos últimos dias.
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Durante a reunião informal do conselho, diplomatas americanos, britânicos e franceses listaram acusações contra a Rússia de violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos na Ucrânia.
“Não reconheceremos o agressor como vítima”, disse o diplomata sênior esloveno Klemen Ponikvar, um dos vários membros a acusar a Rússia de hipocrisia, padrões duplos e desperdício de tempo do Conselho de Segurança.
“Não há dúvidas sobre qual país cometeu inúmeras atrocidades bem documentadas, incluindo crimes de guerra e crimes contra a humanidade, no território soberano da Ucrânia”, disse o diplomata americano Caleb Pine. “Esse país é a Rússia.”
A diplomata britânica Kate Jones disse: “Nunca hesitamos em nosso apoio à Ucrânia pelo tempo que for necessário para garantir uma paz justa e sustentável com base nos princípios da Carta da ONU e do direito internacional.”
Diplomatas da Síria, Belarus e Coreia do Norte falaram em apoio à Rússia na reunião informal do Conselho de Segurança.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 2022 e controla pouco menos de um quinto do território reconhecido internacionalmente como Ucrânia.
Kiev e Moscou negam ter civis como alvos durante a guerra, que matou milhares de pessoas e deslocou milhões de ucranianos.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Rússia critica aliados da Ucrânia na ONU pelo silêncio sobre ataque a Kursk no site CNN Brasil.