Por que a doença no ouvido de Adriane Galisteu a impediu de engravidar?

Adriane Galisteu revelou que recebeu diagnóstico de uma doença autoimune chamada otosclerose. Segundo ela, a enfermidade a impediu de ter mais filhos – a apresentadora de 51 anos é mãe de Vittorio, de 13 anos.

“Eu me conheço muito bem, se eu não tivesse passado por isso eu já teria ficado grávida, pelo menos mais um filho eu teria. Eu dou um passo pra frente e dois para trás. Por quê? Por causa dessa questão, eu já falei com alguns médicos, não tem uma ordem. Tem gente que perde a audição em 1 ano e tem gente que perde em 30 anos, e eu não sei como vai ser”, declarou.

Em entrevista ao site IstoÉ, o otorrinolaringologista especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia Bruno Borges de Carvalho Barros explicou detalhes da condição, que é hereditária e degenerativa.

“A otosclerose é uma doença que afeta um dos ossículos da audição, conhecido como estribo. Nessa doença ocorre um crescimento anormal de osso ao redor do estribo. Esse crescimento impede que o estribo vibre adequadamente, o que reduz a transmissão do som e, consequentemente, causa perda auditiva”, iniciou.

O médico destaca que o crescimento desse osso pode causar tontura, zumbido e pressão no ouvido. A enfermidade é genética e metade dos casos registrados são hereditários.

“Há 25% de probabilidade de desenvolver otosclerose se um dos pais tem [a condição] e 50% de probabilidade se ambos os pais tiverem. A otosclerose é uma doença complexa, com formas autossômicas dominantes raras causada por um único gene”, detalhou.

Por que a doença afeta a gestação?

Adriane disse que, na época em que soube da condição, foi alertada sobre os riscos que isso poderia ter em seu corpo caso decidisse engravidar novamente.

Segundo Bruno Borges, a pessoa que tem essa condição no ouvido pode piorar durante o período da gestação devido aos altos níveis de hormônios femininos que o corpo da mulher acumula enquanto gera o bebê.

“Ocorrem mudanças hormonais importantes que influenciam. É muito comum os sintomas aparecerem ou piorarem bastante nesse período”, contou.

Apesar disso, o médico afirma que o filho que a apresentadora tem com o empresário Alexandre Iódice tem pouca chance de ‘herdar’ a condição da mãe: “A doença se caracteriza por acometer preferencialmente as mulheres. Pode acometer no sexo masculino, mas não é o mais comum”.

Qual o tratamento?

Existem medicamentos que podem ser utilizados para reduzir a velocidade de evolução da doença. Outra opção é a substituição do estribo por uma prótese interna, por meio de uma cirurgia.

“Aqueles que não desejam operar, podem utilizar aparelhos auditivos para amplificar o som. Já em casos graves, com perda auditiva profunda, pode ser necessário a cirurgia de implante coclear”, disse.

Como amenizar os sintomas?

A perda de audição é minimizada com uso de próteses auditivas. Os sintomas de zumbido e de pressão em ouvidos exigem tratamentos com medicamentos e terapia sonora.

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