Ministério Público determina que PF investigue Marçal por associar Boulos ao uso de cocaína

O promotor eleitoral Nelson dos Santos Pereira Júnior, do Ministério Público de São Paulo, requereu que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar Pablo Marçal (PRTB) por sugerir sem provas que Guilherme Boulos (PSOL), seu adversário nas eleições de outubro, seria consumidor de cocaína.

O que aconteceu

Desde que foi oficializado candidato à prefeitura da capital paulista e afirmou que dois oponentes na corrida eram “cheiradores de cocaína”, o ex-coach associou o deputado ao consumo da substância no debate da TV Bandeirantes e, em uma live após a transmissão, questionou “como é que uma pessoa que mexe com droga pode cuidar dos nossos filhos da periferia, que estão morrendo todo dia por causa de droga”.

No segundo debate da disputa, realizado na quarta, 14, após uma dura troca de acusações entre os dois que seguiu fora dos microfones, o candidato do PRTB chamou o psolista de “aspirador de pó”.

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Para o promotor, a repercussão das falas sem provas de Marçal às vésperas do período oficial de campanha “ultrapassa a mera honra” de Boulos e “tem o potencial de enganar e influenciar uma gama enorme de pessoas”, o que difama a imagem do adversário e incide em crimes eleitorais.

Nas últimas semanas, a Justiça Eleitoral já determinou que Marçal removesse posts nas redes sociais que associavam sem provas o adversário ao uso de substâncias ilícitas e outro em que ele sorteava um boné para seguidores no Instagram, por contravenção das regras da disputa.

A partir de agora

O MPSP acatou uma queixa da campanha de Boulos. Por se tratar de uma requisição via juiz, a PF não tem a opção de não instaurar o inquérito.

Vale lembrar que o inquérito é uma fase de investigação. Após a conclusão dessa etapa, cabe ao Ministério Público apresentar ou não uma denúncia contra o investigado, e à Justiça decidir se aceita. Em caso positivo, o caso vira um processo criminal, concluído em condenação ou absolvição.

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