Agressões, xingamentos e ameaças: relembre tumultos na Câmara dos Deputados em 2024

Ao longo de 2024, a Câmara dos Deputados foi palco para debates políticos que se excederam e se transformaram em agressões físicas e verbais, agressões e pontapés. Entre as brigas de grande repercussão estão a sessão que julgou a rachadinha de André Janones (Avante-MG) e uma confusão entre Glauber Braga (PSOL-RJ) e um militante do MBL (Movimento Brasil Livre).

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Na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, debates de propostas de legislação acabaram em ataques pessoais em ao menos duas ocasiões.

Em junho, durante uma discussão sobre uma PEC (Proposta de Emenda à Cosntituição) que criminaliza o porte de droga em qualquer quantidade, a deputada Coronel Fernanda (PL-MT) criticou uma manifestação de Sâmia Bomfim (PSOL-SP) relembrando o assassinato do irmão da parlamentar, o médico Diego Ralf Bomfim, morto a tiros no Rio de Janeiro (RJ) por ter sido confundido com um miliciano.

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Na ocasião, a Coronel Fernanda afirmou que se Sâmia está “tratando com traficantes”, deveria falar com “o pessoal do morro do Rio de Janeiro”. “Ela sabe do que eu estou falando”, pontuou a parlamentar.

A psolista respondeu alegando que a deputada tinha “uma moral de esgoto” para usar o caso em uma discussão política. “Lave a sua boca antes de falar do meu irmão, tenha respeito pelo luto da minha família e responda a sociedade por ajudar a alimentar o crime organizado, que traz a dor a tantas famílias brasileiras como a minha. Cale a sua boca”, reiterou Sâmia na ocasião.

Após o ocorrido, o PSOL pediu pela cassação do mandato da deputada Coronel Fernanda.

Atrito entre Júlia Zanatta e Capitão Alberto Neto

Em outra ocasião, já no dia 11 de dezembro, a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) criticou os outros parlamentares de direita que votaram pela proibição de celulares nas escolas, os acusando de “bundamolismo” e “frouxidão”.

A declaração foi respondida pelo Capitão Alberto Neto (PL-AM). “Só para lembrar a nobre deputada, que eu já troquei tiro com bandido, já, agora na reeleição, enfrentei o governo, a prefeitura, a esquerda, o centro. A única coisa que eu não fui na minha vida foi bunda mole.”

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Depois da fala de Alberto Neto, Júlia Zanatta afirmou que “não citou o nome de ninguém” e não havia necessidade de o deputado se defender da acusação de “bundamolismo”.

Na mesma sessão, os deputados Marcos Pollon (PL-MS) e Diego Garcia (Republicanos-PR) tiveram seus microfones cortados por Caroline de Toni (PL-SC), presidente da CCJ, após discutirem aos gritos.

Glauber Braga expulsa militante do MBL com pontapés

Em abril deste ano, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) expulsou da Câmara dos Deputados aos chutes Gabriel Costenaro, um militante do MBL. O parlamentar alegou ter sido perseguido e intimidado pelo membro da organização liberal em ao menos outras cinco ocasiões.

Em depoimento, Glauber afirmou que estava passando por um corredor da Câmara dos Deputados quando foi abordado por Gabriel, que teria dado risada e dito que o político ainda teria que aguentá-lo no Congresso.

O deputado federal possui uma representação contra Gabriel Costenaro, por ele ter um histórico de perseguir o parlamentar. Além disso, há um registro de um boletim de ocorrência contra o integrante do MBL por suposta ameaça contra a mãe de uma militante do PSOL no Rio de Janeiro.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) esteve na delegacia para defender o companheiro do MBL e acabou se envolvendo em uma confusão com Glauber Braga. Os parlamentares tentaram partir para a agressão, mas foram impedidos pelos policiais legislativos.

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Sessão que julgou pedido de cassação de André Janones

Por 12 votos a cinco, o Conselho da Ética e do Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados decidiu em junho por arquivar o processo que pedia a cassação do deputado André Janones (Avante-MG), acusado de rachadinha.

Pouco antes do fim da sessão, um tumulto se iniciou e houve a troca de insultos entre Janones e os parlamentares Zé Trovão (PL-SC), Éder Mauro (PL-PA) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Na ocasião, a Polícia Legislativa precisou intervir para retirar o deputado do Avante do local.

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