Petróleo sobe impulsionado por nova ajuda dos EUA à Ucrânia e excesso de oferta

Os preços do petróleo subiram ligeiramente nesta segunda-feira (30) em um mercado pouco ativo às vésperas do Ano Novo, impulsionados principalmente pelo anúncio de um novo pacote de ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia e pelo excesso de oferta.

Em Londres, o barril de Brent do mar do Norte para entrega em fevereiro subiu 0,30% em seu último dia de cotação, a 74,39 dólares.

Por sua vez, em Nova York, seu equivalente americano, o West Texas Intermediate (WTI) para entrega no mesmo mês avançou 0,55%, cotado a 70,99 dólares.

“O recente anúncio de ajuda adicional à Ucrânia mostra que o conflito não está perto de ser resolvido”, comentou John Kilduff, analista da consultoria Again Capital, à AFP.

Poucos dias antes de passar o cargo para o republicano Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira um último grande pacote de ajuda militar e econômica à Ucrânia, no valor de quase 6 bilhões de dólares.

Cerca de 2,5 bilhões de dólares dessa assistência são destinados a equipamentos militares, alguns dos quais serão entregues imediatamente e outros mais tarde. Aproximadamente 3,4 bilhões de dólares serão destinados a apoio orçamentário direto.

Segundo Kilduff, o risco geopolítico também está ligado à “queda do governo de Bashar Al Assad” em 8 de dezembro, na Síria. “Neste momento, o Oriente Médio está imerso em confusão, e estamos esperando para ver como tudo se resolve”, acrescentou.

No entanto, “o petróleo está caminhando para uma queda anual após meses de turbulências”, lembrou Matt Britzman, da Hargreaves Lansdown. O Brent caiu mais de 4% desde o início do ano.

“A linha de base [para 2025] parece ser uma perspectiva de queda, devido ao excesso de oferta”, acrescentou Kilduff, com um aumento previsto na produção de petróleo nos Estados Unidos, Canadá, Brasil e Guiana.

A Agência Internacional de Energia prevê “um excesso de oferta de 950 mil barris diários” no próximo ano, que pode crescer caso o cartel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) “não estenda seus cortes voluntários para além de março”.

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