Entenda como apropriação de gestos e costumes de facções fizeram jovens serem mortos

Três jovens foram mortos no Ceará após criminosos terem entendido que gestos e costumes de facções criminosas apropriados pelos adolescentes os ligavam a grupos criminosos. Reportagem publicada pelo portal G1 explicou a motivação para os assassinatos.

Um deles foi Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, que morreu em 2024. Ele estava em uma viagem com o pai e membros de uma facção entenderam que ele fazia parte de um grupo rival depois de olharem fotos no celular do jovem. Ele fez fotos em que aparecia destacando o polegar, o indicador e o dedo médio.

Entre os criminosos, os dedos mostrados dessa forma fazem uma referência à facção do Ceará que está ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Já o número dois é relacionado ao Comando Vermelho. No entanto, a família dele nega que o jovem tenha ligação com qualquer grupo criminoso.

Em 2019 e 2020, dois coroinhas foram mortos em Fortaleza pelo mesmo motivo. Um dos jovens teve seu celular olhado. O outro foi assassinado por conta de uma marca em sua sobrancelha.

Ano passado, duas pessoas foram condenadas a 56 anos de prisão pela morte do coroinha Ronald Miguel Freitas de Oliveira. O caso do menino, que tinha 15 anos na época, foi semelhante ao de Henrique. Ele estava sentado na frente de sua casa quando teve seu celular vasculhado por Pedro Henrique de Morais Pereira, João Levi da Silva de Oliveira e um terceiro suspeito que tinha 17 anos na época.

Eles achavam que lá encontrariam imagens de pessoas fazendo o sinal de V com as mãos. O símbolo era de um grupo criminoso rival ao deles. Depois de um tempo, Pedro e o menor voltaram e o adolescente atirou na cabeça do menino, que morreu no local.

Outro caso foi o de Jefferson Brito Teixeira, de 14 anos. Ele tinha três cortes na sobrancelha, o que também foi confundido como um sinal de que ele estaria ligado ao crime. A morte aconteceu quando ele caminhava pelo calçadão na Barra do Ceará.

Um dos suspeitos, membro de uma facção, abordou o jovem e viu como a sobrancelha dele estava cortada. Ele levou o coroinha até um beco e desferiu golpes contra ele. Robson Vasconcelos também chamou outros suspeitos enquanto cometia as agressões para que eles o ajudassem a ferir o jovem.

De acordo com o Ministério Público, os outros criminosos passaram a ajudar Robson, com uma sequência de agressões que envolviam chutes, socos e ferimentos feitos com paus e pedras.

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