Sob prazo de Trump, Hamas mantém exigência de cessar-fogo em Gaza em troca de reféns

O Hamas reforçou, nesta terça-feira (7), sua demanda de que Israel cesse completamente os ataques em Gaza para possíveis acordos de troca de reféns, e afirmou que o presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump foi precipitado ao dizer que haveria “sérias consequências” se os reféns não fossem liberados até sua tomada de posse, no dia 20 de janeiro.

Funcionários do grupo islâmico e do governo israelense têm mantido conversas nos últimos meses com mediadores do Catar e do Egito em esforços intensos para chegar a um cessar-fogo em Gaza.

De saída da Casa Branca, a administração de Joe Biden tentou um empurrão final rumo a um acordo antes de o atual presidente deixar o governo, e muitos na região veem a tomada de posse de Trump como um prazo não oficial.

Mas com o tempo passando, ambos os lados se acusam de impedir um acordo ao aderirem a condições que prejudicam os esforços de paz feitos há mais de um ano.

O Hamas afirma que liberará os reféns restantes apenas se Israel concordar em acabar com a guerra e retirar todas as suas tropas de Gaza. Israel, por outro lado, afirma que não vai acabar com a guerra até que o Hamas seja desmantelado e que todos os reféns estejam livres.

“O Hamas é o único obstáculo para a liberação dos reféns”, disse o diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Eden Bar Tal, em uma coletiva de imprensa. Na ocasião, Bar Tal também reforçou que Israel estava totalmente dedicado a chegar a um acordo.

O representante do Hamas Osama Hamdan, que também conversou com a imprensa em Argel, capital da Argélia, rebateu e disse que Israel era o culpado por sabotar todos os esforços por um acordo.

Embora tenha falado que não daria detalhes sobre a última sessão de negociações, Hamdan reiterou as condições do Hamas de “término total das agressões e uma retirada completa das terras que a ocupação invadiu”.

Ao comentar a ameaça de Trump de que haveria “sérias consequências” a não ser que todos os reféns fossem libertados antes da tomada de posse, Hamdan afirmou: “Eu acho que o presidente dos Estados Unidos deve fazer pronunciamentos muito mais disciplinados e diplomáticos.”

Israel enviou uma equipe de funcionários de médio escalão ao Catar para conversas mediadas por diplomatas do Catar e do Egito. Alguns artigos veiculados na mídia árabe disseram que David Barnea, chefe do Mossad, que tem liderado as negociações, era esperado para se juntar a eles. O gabinete do primeiro-ministro de Israel não comentou.

Em um importante passo rumo a um acordo, um representante do Hamas contou à Reuters no domingo (5) que o grupo aprovou uma lista enviada por Israel de 34 reféns que poderiam ser libertados na fase inicial de uma trégua, juntamente a prisioneiros palestinos mantidos por Israel.

A lista inclui soldadas israelenses, bem como idosos, mulheres e crianças. O gabinete do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu declarou que, até o momento, Israel não recebeu confirmação se as pessoas contidas na lista ainda estão vivas.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Sob prazo de Trump, Hamas mantém exigência de cessar-fogo em Gaza em troca de reféns no site CNN Brasil.

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