Meloni cita ‘triangulação’ com EUA e Irã para libertar repórter

ROMA, 9 JAN (ANSA) – A premiê da Itália, Giorgia Meloni, disse que o governo fez uma “triangulação diplomática” com Irã e Estados Unidos para obter a libertação da jornalista italiana Cecilia Sala, que passou 20 dias presa em Teerã por suposta violação das leis islâmicas.   

A declaração foi dada pela primeira-ministra em uma coletiva de imprensa nesta quinta (9), um dia após o retorno da repórter para casa.   

“Foi feito um trabalho de triangulação diplomática com Irã e Estados Unidos. Eu não diria que houve um momento de reviravolta porque a questão foi acompanhada desde o início. As interlocuções com o Irã são de natureza diplomática e de inteligência, e o governo prefere manter a discrição nestes casos”, disse Meloni.   

“Lembremos que há outros 500 italianos no Irã, então é necessária muita cautela”, acrescentou. Sala havia viajado ao país persa em 12 de dezembro para produzir uma série de entrevistas, mas acabou detida um dia antes de voltar à Itália, sob a acusação vaga de “violar as leis da República Islâmica”.   

Existe a suspeita de que a prisão da jornalista tenha sido uma retaliação pela detenção do iraniano Mohammad Abedini Najafabadi no Aeroporto de Milão-Malpensa em 16 de dezembro, a pedido da Justiça dos Estados Unidos, que o acusa de conspirar para exportar componentes eletrônicos americanos ao Irã e de colaborar em um ataque com drones que matou três militares dos EUA em uma base na Jordânia em janeiro de 2024. Teerã, no entanto, nega os rumores.   

“No que diz respeito a Abedini, o caso está sob análise do Ministério da Justiça. É um caso que teremos de continuar discutindo com os amigos americanos. O trabalho complexo não terminou ontem”, ressaltou Meloni, em referência a uma possível extradição do iraniano para os EUA. A premiê chegou a fazer uma viagem surpresa para a Flórida no último fim de semana, quando se reuniu com o presidente eleito Donald Trump.   

Segundo a primeira-ministra, contar para a mãe de Sala que a jornalista havia sido libertada foi a “maior emoção” em seus pouco mais de dois anos de governo. “Gostaria de compartilhar isso com vocês e agradecer aos muitos que permitiram que isso acontecesse”, destacou. (ANSA).   

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