Dólar cai 1,10% e fecha abaixo de R$ 6,05 com fluxo e commodities

O dólar experimentou queda firme no mercado local nesta quinta-feira (9), na contramão da tendência predominante de alta da moeda americana no exterior. O real apresentou o melhor desempenho entre as divisas mais relevantes, excluindo o rublo russo. Principais pares latino-americanos da moeda brasileira, os pesos mexicano e o chileno amargaram perdas.

Em dia marcado por valorização de commodities como minério de ferro e petróleo, operadores relataram internalização de recursos por exportadores e apetite externo por ativos locais. Investidores estrangeiros estariam recompondo posições em renda fixa, como sugere o apetite forte por papéis prefixados em leilão do Tesouro Nacional.

Com mínima a R$ 6,0383 na reta final do pregão, o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 1,10%, cotado a R$ 6,0418 – menor valor de fechamento desde 13 de dezembro (R$ 6,0313). Com a perda de hoje, a divisa passa a acumular queda de 2,24% nos seis primeiros pregões de 2025, após ter avançado 27,34% no ano passado.

Operadores ressaltam que a liquidez reduzida pode ter contribuído para a recuperação do real, ao exacerbar o impacto de entrada pontual de recursos sobre a formação da taxa de câmbio. O volume baixo de negócios é explicado pela ausência das Bolsas de Nova York e pelo pregão reduzido do mercado de Treasuries, em razão do dia nacional de luto em memória do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter.

Pela manhã, o Tesouro Nacional vendeu oferta integral de 2,5 milhões de NTN-F, papel prefixado que costuma atrair investidores estrangeiros. O volume financeiro atingiu R$ 1,987 bilhão. Da oferta total de 16 milhões de LTNs, papéis prefixados, em quatro vencimentos, foram absorvidos 14,5 milhões, com volume de R$ 7,985 bilhões.

No exterior, o índice DXY – termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – operou em ligeira alta ao longo do dia, acima da linha dos 109,100 pontos. Apesar de o governo do Reino Unido ter reforçado o compromisso com regras fiscais, a libra voltou a recuar.

As atenções se voltam amanhã para a divulgação do relatório oficial de emprego (payroll) nos EUA em dezembro, que pode fornecer subsídios para investidores calibrarem as expectativas para os próximos passos do Federal Reserve. A avaliação de analistas é que a perspectiva de adoção de medidas protecionistas e cortes de impostos no novo governo de Donald Trump pode reduzir o espaço para redução de juros ao longo de 2025.

Bolsa de valores

Em dia de variação restrita e de liquidez reduzida pelo semiferiado nos Estados Unidos em memória do presidente Jimmy Carter (1977-1980), o Ibovespa se estabilizou após perda de 1,27% no dia anterior. Nesta quinta, 9, o índice da B3 oscilou menos de 650 pontos entre a mínima (119.501,97) e a máxima (120 145,30) da sessão, em que saiu de abertura aos 119.624,75 pontos Ao fim, mostrava leve ganho de 0,13%, aos 119.780,56 pontos, com giro a R$ 13,2 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 1,05%, reduzindo a perda do mês a 0,42%.

Sem a referência das bolsas de Nova York, fechadas nesta quinta-feira, o desempenho positivo era assegurado mais cedo, e até o meio da tarde, por Vale ON, a principal ação da carteira. Mas, em diante, o papel da mineradora passou a cair, nas mínimas da sessão. Fechou em baixa de 0,62%, a R$ 51,23, com piso a R$ 51,14. A ação segue contida pelas dúvidas em torno do nível de demanda da China em meio ao processo de desaceleração estrutural da segunda maior economia do mundo.

Tal oscilação em Vale ON foi pouco compensada por Petrobras, com variação de -0,02% (ON) e +0,44% (PN) ao fim. Entre os grandes bancos, sem direção única no fechamento, a principal ação do setor, Itaú PN, subiu 0,26% e Bradesco ON mostrou ganho de 0,19%, ambos limitados perto do encerramento. Banco do Brasil ON oscilou para cima e fechou na máxima do dia, em alta de 0,46%. Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque hoje para Minerva (+5,79%), BTG (+2,44%) e Carrefour (+2,41%). No lado oposto, CSN (-3,99%), Hapvida (-3,83%) e Braskem (-3,08%).

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira

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