Ativistas pintam túmulo de Charles Darwin em protesto contra aquecimento global

Ativistas ambientais no Reino Unido pintaram o túmulo de Charles Darwin na Abadia de Westminster na segunda-feira com as palavras “1,5 está morto”, referindo-se ao limite climático crítico que o mundo ultrapassou temporariamente em 2024.

As duas ativistas da Just Stop Oil entraram na Abadia de Westminster, em Londres, onde Darwin está enterrado ao lado de algumas das figuras mais famosas da Grã-Bretanha, por volta das 10 horas (horário local), de acordo com a Polícia Metropolitana de Londres e um comunicado do grupo.

Lá, as ativistas disseram: “Passamos o limite de 1,5 grau que deveria nos manter seguros. Milhões estão sendo deslocados, a Califórnia está em chamas e perdemos três quartos de toda a vida selvagem desde a década de 1970”, segundo a declaração do Just Stop Oil.

Os cientistas confirmaram na semana passada que 2024 foi o ano mais quente já registado e o primeiro ano civil a quebrar um objetivo climático crucial – a promessa de restringir o aquecimento global a 1,5 graus acima da temperatura média antes que os humanos começassem a queimar grandes quantidades de combustíveis fósseis.

O ano passado foi 1,6 graus Celsius mais quente, de acordo com novos dados divulgados na sexta-feira (10) pela agência europeia de monitorização climática Copernicus.

Os cientistas estão mais preocupados em ultrapassar os 1,5 graus ao longo de décadas, em vez de anos individuais, uma vez que acima deste nível os humanos e os ecossistemas lutam para se adaptar. Mas dizem que o recorde de 2024 é outro sinal alarmante do rumo que o planeta está tomando.

Os manifestantes também se referiram à crise da biodiversidade.

“Darwin estaria se revirando no túmulo se soubesse que estamos no meio da sexta extinção em massa”, disseram os ativistas, que exigem que o governo do Reino Unido trabalhe para eliminar gradualmente a extração e queima de combustíveis fósseis até 2030.

Alguns cientistas dizem que entramos numa sexta extinção em massa, com um grande número de espécies sendo exterminadas em uma crise impulsionada pelos seres humanos, que destruíram habitats e desencadearam uma crise climática.

Imagens divulgadas pela Just Stop Oil mostraram duas manifestantes – uma de 66 anos e outra de 77 anos – sentadas de pernas cruzadas no chão perto do túmulo de Darwin, que a Just Stop Oil disse ter pintado com giz em spray, uma espécie de material lavável e não tóxico.

A polícia britânica disse à CNN que as duas mulheres foram presas sob “suspeita de causar danos criminais com o que se acredita ser tinta em pó na Abadia de Westminster”.

A Just Stop Oil organizou vários protestos em resposta à crise climática nos últimos anos, incluindo atirar sopa de tomate sobre os “Girassóis” de Van Gogh e pulverizar tinta em pó laranja na estrutura pré-histórica mais famosa da Grã-Bretanha, Stonehenge.

Houve mais de 3 mil prisões de ativistas da Just Stop Oil desde que o grupo foi formado em 2022, de acordo com o grupo. A maioria dessas detenções ocorreu por planejar ou executar ações diretas, incluindo marchas lentas – uma tática geralmente usada para bloquear o trânsito. Outros ativistas, que desfiguraram obras de arte e edifícios famosos, foram presos e acusados ​​de danos criminais e invasão de propriedade.

Em setembro de 2024, cinco ativistas da Just Stop Oil receberam o que se acredita ser a pena mais longa da história do Reino Unido por protestos não violentos.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ativistas pintam túmulo de Charles Darwin em protesto contra aquecimento global no site CNN Brasil.

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