“Kid preto” suspeito de planejar morte de Lula pede revogação da prisão

A defesa do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo apresentou pedido de revogação de prisão ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta elementos de que o militar não participou do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes após as eleições de 2022.

Na petição a Moraes, em 22 páginas, o advogado Jeffrey Chiquini apresenta fotos do militar em um clube, em 12 de novembro de 2022, e argumenta que ele não participou de reunião na casa do general Walter Braga Netto, no mesmo dia, na Asa Sul de Brasília.

A Polícia Federal (PF) aponta que nesta reunião o plano “Punhal verde e amarelo” teria sido apresentado a militares “kids pretos” (forças especiais do Exército) e aprovado.

“Um núcleo de militares com formação em forças especiais realizou um encontro em 12 de novembro de 2022 na residência do General Braga Neto (fls. 467). Entretanto, além de a investigação não colocar o Requerente nas aludidas reuniões, verifica-se que, em 12 de novembro de 2022, Rodrigo Bezerra de Azevedo encontrava-se em um clube aquático com sua família, conforme imagens abaixo e documentos anexos”, diz o documento.

As fotos e vídeos do clube apresentados mostram o militar em um clube pela manhã, às 11h22. A reunião apontada pela PF teria ocorrido à noite.


Fotos apresentadas pela defesa do militar Rodrigo Bezerra Azevedo • Reprodução

A defesa também aponta que no período entre os dias 17 e 27 de novembro de 2022, o militar não estava no Brasil. “Sequer se encontrava em território brasileiro. Conforme demonstram os documentos anexados a esta petição, Rodrigo Bezerra de Azevedo estava em viagem para a cidade de Lisboa, capital de Portugal.”

E finaliza o pedido de revogação de prisão sustentando que, no dia 15 de dezembro de 2022 — quando, segundo o plano, as mortes das autoridades aconteceriam e os militares estavam posicionados para o ato — Azevedo estava em casa, em Goiânia, “em comemoração ao seu aniversário e junto dos seus familiares e amigos”.

Conforme já mostrou a CNN, o militar diz ter sido vítima de armação por conta de um celular que “herdou” no Exército ao trocar de setor.

A tese foi defendida por ele em depoimento à PF. Segundo o militar, ele pegou o celular após assumir um posto no Centro de Coordenação de Operações (CCOp) do Exército e seria um aparelho descartável usado em missões, que ficava em uma gaveta com dezenas de outros celulares para qualquer militar utilizar.

“O que eu quero deixar claro aqui é que, o que eu preciso deixar claro, eu não estava nesse dia 15, eu não usei o celular no dia 15, eu comecei a usar esse celular a partir do dia 20 e alguma coisa, o senhor entendeu?”, disse o investigado ao delegado da PF.

O STF vai enviar o pedido de revogação de prisão à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Kid preto” suspeito de planejar morte de Lula pede revogação da prisão no site CNN Brasil.

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