Chanceler espanhol reabre embaixada em Damasco

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, hasteou a bandeira de seu país nesta quinta-feira(16) em sua embaixada em Damasco, após quase 13 anos fechada, e adicionou Madri à lista de capitais europeias que estão retomando laços com a Síria após a queda do presidente Bashar al-Assad.

A Espanha fechou sua embaixada em março de 2012, um ano após o início da revolta contra Assad, que o regime reprimiu implacavelmente, desencadeando um longo conflito que deixou cerca de 500.000 mortos e milhões de deslocados.

O hasteamento da bandeira “é um sinal da esperança que depositamos no futuro da Síria, do compromisso que transmitimos ao povo sírio para que tenha um futuro melhor”, disse Albares na embaixada.

“Que a Síria tenha um futuro pacífico, um futuro inclusivo, um futuro próspero”, no qual “todos os sírios que foram forçados a deixar seu país nos últimos anos possam retornar”, acrescentou. “A Espanha estará ao lado da Síria do futuro”, enfatizou.

Em um comunicado, seu ministério disse que Albares se reuniria com representantes das novas autoridades e da sociedade civil. Segundo a agência oficial de notícias Sana, Albares se encontrou com o novo líder sírio Ahmad al Sharaa.

O regime de Assad entrou em colapso em 8 de dezembro com a entrada em Damasco de uma coalizão de grupos rebeldes liderada pelo grupo islamista Hayat Tahrir al Sham (HTS).

Nas últimas semanas, os novos líderes receberam visitas de ministros das Relações Exteriores de vários países europeus, incluindo França, Alemanha e Itália.

O novo poder nomeou um governo interino até março, e o HTS, que já foi ligado à Al-Qaeda, tentou tranquilizar as minorias do país.

Antes da visita, Albares disse à Televisión Española que estava viajando com uma “mensagem de apoio” à nova Síria, embora com um aviso.

“A política externa da Espanha também tem linhas vermelhas, e essas linhas vermelhas indicam, antes de tudo, que o futuro da Síria tem de ser um futuro inclusivo, que garanta, naturalmente, os direitos das mulheres, assim como tem de garantir os direitos das minorias, sejam étnicas ou religiosas”, disse o ministro.

Antes da visita à Síria, Albares esteve na quarta-feira no vizinho Líbano, onde anunciou uma ajuda de 10 milhões de euros (62 milhões de reais) para reforçar o Exército, peça fundamental para manter a trégua alcançada no final de novembro entre Israel e o movimento pró-iraniano Hezbollah.

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