Presidente da Colômbia pede liberação de 12 colombianos presos na Venezuela

O presidente da Colômbia Gustavo Petro pediu às autoridades da Venezuela que libertassem 12 cidadãos colombianos que, segundo ele, foram detidos durante a eleição presidencial de 28 de julho de 2024. O pedido foi criticado pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, que pediu a Petro para cuidar dos assuntos da Colômbia.

Petro abordou o assunto na quinta-feira (16) por meio de publicação em rede social, na qual comemorou a libertação do diretor da organização não governamental Espacio Público, Carlos Correa — cuja prisão ele havia criticado anteriormente.

“É importante para a paz nas Américas que a Venezuela liberte todas as pessoas detidas no contexto das eleições e pós-eleições, incluindo os 12 colombianos detidos em seu território”, escreveu ele, mas não identificou quem eram ou pelo que são acusados.

O promotor venezuelano respondeu horas depois. Em uma declaração de duas páginas, Saab disse que leu a declaração de Petro “com surpresa”. Ele também afirmou que a Venezuela enfrenta ameaças das quais deve se defender e que algumas delas são supostamente coordenadas pela Colômbia. Ele também pediu ao presidente que não interviesse nos assuntos de um país que não fosse o seu.

“Caro Presidente, não vejo o chefe de Estado Nicolás Maduro Moros interferindo nos assuntos internos da Colômbia […] Com todo o respeito, digo-lhe, você deve cuidar da Colômbia, que tem múltiplos e graves problemas: aqui temos que cuidar dos nossos”, disse Saab.

Saab também disse que há uma “agressão transnacional e multifatorial contra a Venezuela”, da qual o país se defende “com pleno respeito às garantias constitucionais e aos direitos humanos”.

A CNN entrou em contato com a presidência da Colômbia para comentar as declarações do promotor e está aguardando uma resposta.

Na quarta-feira (15), durante seu discurso anual à nação, Maduro disse que as autoridades venezuelanas detiveram até agora mais de 150 pessoas que ele descreveu como “mercenários” de 25 nacionalidades, incluindo cidadãos colombianos e americanos. No entanto, nem o presidente nem outras autoridades de alto escalão detalharam ainda os supostos crimes atribuídos a esses indivíduos. Também não se sabe se os 12 colombianos mencionados por Petro estão incluídos nesse número.

Após a votação de 28 de julho, Maduro disse que mais de 2 mil pessoas foram presas por supostos atos de violência em protestos pós-eleitorais, incluindo mais de 100 menores. No final do ano passado, o presidente solicitou uma revisão desses casos para determinar se erros processuais ocorreram em algum deles. Segundo a Procuradoria-Geral da Venezuela, como resultado dessas revisões, 1.515 pessoas foram libertadas até 6 de janeiro.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Presidente da Colômbia pede liberação de 12 colombianos presos na Venezuela no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.