Ministra italiana será julgada por falsa contabilidade

MILÃO, 17 JAN (ANSA) – A Juíza de Audiência Preliminares (GUP) de Milão enviou a ministra do Turismo da Itália, Daniela Santanchè, a julgamento por supostas falsas comunicações corporativas sobre a sua antiga editora Visibilia, uma das empresas de um grupo que fundou e renunciou posteriormente.   

De acordo com a decisão da magistrada Anna Magelli, o julgamento terá início em 20 de março e inclui outros 16 réus, incluindo o atual companheiro de Santanchè, Dimitri Kunz, a irmã, Fiorella Garnero, e a sobrinha, Silvia Garnero.   

O julgamento será o primeiro que a senadora do partido Irmãos da Itália (FdI) enfrentará na condição de empresária.   

“A ministra esperava um resultado diferente, é uma decisão que deixa um gosto amargo na boca, mas já esperávamos por isso, estamos prontos para demonstrar nosso estranhamento sobre as acusações durante o julgamento”, avaliou Nicolò Pelanda, advogado de Santanchè.   

Os promotores alegaram que os balanços divulgados foram manipulados entre 2016 e 2022 para esconder milhões de euros em perdas e permitir que a empresa continuasse no mercado.   

As principais legendas da oposição, o centro-esquerdista Partido Democrático (PD) e o populista Movimento 5 Estrelas (M5S), disseram que a ministra do Turismo deveria renunciar ao cargo após ter sido encaminhada para julgamento em Milão.   

“Há apenas uma semana, Meloni disse que queria esperar o judiciário tomar uma decisão: agora ela chegou. Ela pediu renúncias por muito menos quando estava na oposição. O que ela fará agora? Mudará de ideia sobre isso também? Uma premiê não pode usar padrões duplos, especialmente em relação aos amigos que ela queria no governo e pelos quais ela agora é politicamente responsável. Meloni deve exigir sua renúncia”, criticou Elly Schlein, líder do PD.   

No ano passado, o vice-premiê e ministro dos Transportes da Itália, Matteo Salvini, foi absolvido das acusações de sequestro de pessoas e omissão de documentos oficiais no julgamento do caso do navio da ONG espanhola Open Arms. Já Gennaro Sangiuliano foi derrubado da liderança da pasta da Cultura após as polêmicas sobre o papel de sua ex-amante Maria Rosaria Boccia dentro do governo. (ANSA).   

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