Edmundo González comparecerá à posse de Trump, diz equipe do opositor

O líder da oposição da Venezuela Edmundo González Urrutia participará da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos na segunda-feira (20), depois de ter sido convidado pelo governo dos EUA, segundo a equipe opositora Con Venezuela.

González Urrutia viajará a Washington ainda neste fim de semana, antes da cerimônia, e “deve se encontrar com outros membros da nova administração”, acrescentou a equipe em comunicado para a imprensa.

A CNN entrou em contato com a equipe de Trump para obter mais informações e aguarda resposta.

Nos Estados Unidos, cada presidente eleito e a equipe definem quem convidar para a posse, incluindo líderes mundiais.

Alguns líderes convidados para o evento são a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; o presidente de El Salvador, Nayib Bukele; e o presidente da Argentina, Javier Milei. O presidente da China, Xi Jinping, também foi convidado, mas espera-se que uma delegação do país compareça em seu nome, de acordo com fontes à CNN.

Entenda a crise na Venezuela

A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que dão vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.

Os resultados do CNE nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais que detalham a quantidade de votos por mesa de votação.

A oposição, por sua vez, publicou as atas que diz ter recebido dos seus fiscais partidários e que dariam a vitória por quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, aliado de María Corina Machado, líder opositora que foi impedida de se candidatar.

O chavismo afirma que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os aliados de Maduro, no entanto, não mostram nenhuma ata eleitoral.

O Ministério Público da Venezuela, por sua vez, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, alegando usurpação de funções do poder eleitoral.

O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento sobre a publicação das atas e acabou se asilando na Espanha no início de setembro, após ter um mandado de prisão emitido contra ele.

Diversos opositores foram presos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Somente depois do pleito de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram, segundo organizações de Direitos Humanos.

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