Mulher acusada de matar filhas gêmeas no RS se torna ré na Justiça

A Justiça do Rio Grande do Sul aceitou na última quinta-feira (16) a denúncia feita pelo Ministério Público contra Gisele Beatriz Dias, 42 anos, acusada de ter matado as duas filhas gêmeas de 6 anos em um intervalo de oito dias. Os crimes ocorreram em outubro do ano passado na cidade de Igrejinha (RS), localizada a 90 quilômetros de Porto Alegre.

Gisele, agora, é ré por duplo feminicídio. “A denúncia destaca que a mãe matou as duas filhas, na época com seis anos, de forma idêntica, em um curto espaço de tempo e que as duas foram encontradas sem vida na cama, com sangramento e hemorragia”, diz o MP.

No dia 7 de outubro, Manoela Pereira passou mal enquanto dormia. Ela chegou a ser socorrida ao hospital, mas não resistiu e morreu. Em 15 de outubro, a irmã dela, Antônia, morreu da mesma forma, no hospital, após sofrer uma parada enquanto dormia.

No caso de Manoela, o laudo da necropsia apontou “hemorragia pulmonar penetrando nos espaços aéreos com insuficiência respiratória, com um afogamento atípico por sangue, indicando como causa da morte “insuficiência respiratória” e hemorragia pulmonar”, causada por meio cruel (asfixia).

A ficha ambulatorial de Antônia relata “pupilas fixas, sangramento efusivo pela traqueia por suspeita de intoxicação por veneno de rato, causada por meio cruel (asfixia)”.

Segundo o promotor Evandro Lobato Kaltbach, “nas duas ocasiões, a denunciada, por possuir ciúmes excessivos do companheiro, ministrou substância tóxica, veneno ou medicamento, ainda não esclarecido nos autos, para as vítimas, causando as mortes”.

Gisele teve a prisão preventiva decretada no dia 10 de dezembro, após o envio do inquérito policial pela Delegacia de Polícia de Igrejinha que indicia a mãe como principal suspeita pelas mortes ocorridas em outubro. Antes, ela estava em prisão temporária.

Mãe tinha “conduta perversa”, diz delegado

Responsável pela investigação das mortes das duas gêmeas de 6 anos que morreram em um intervalo de oito dias no Rio Grande do Sul, o delegado Ivanir Caliari afirmou que, segundo testemunhas, a mãe das meninas apresentava uma “conduta perversa”.

De acordo com o delegado, pessoas próximas à família disseram à polícia que Gisele só demonstrava afeto em relação ao filho mais velho, Michel Percival Pereira Júnior, morto em 2022, e se mostrava indiferente em relação às gêmeas.

O delegado afirmou ainda que Gisele também já fez uma falsa acusação de estupro contra o pai das garotas. O homem não é investigado pelos assassinatos e a acusação de crimes sexual contra ele foi arquivada.

Ao término das investigações, disse o delegado, Gisele admitiu que fez a falsa denúncia com o intuito de ficar com a guarda das filhas.

* Sob supervisão

Este conteúdo foi originalmente publicado em Mulher acusada de matar filhas gêmeas no RS se torna ré na Justiça no site CNN Brasil.

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