Projeto com ajuste tributário em aplicações financeiras pode ser enviado neste semestre, diz secretário de Haddad

O governo quer enviar ao Congresso ainda neste semestre um projeto de lei que fará ajustes tributários em instrumentos financeiros, disse nesta terça-feira (20) o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, ressaltando que o texto não trará surpresas e deve tramitar sem problemas no Legislativo.

Em evento promovido pelo BTG, em São Paulo, o secretário ponderou que o projeto foi construído em conjunto com o setor privado e não muda alíquotas de tributos para o setor, mas procura resolver ineficiências do sistema.

“Por exemplo, hedge no exterior é muito difícil no Brasil, tributação de ETF gera muitas dúvidas, aluguel de ações é outro tema que causa controvérsias”, citou.

“É um projeto de lei que pacifica diversos desses problemas e evita que a gente tenha incertezas e que o mercado não se desenvolva por conta de dúvidas tributárias”, disse.

A Reuters informou em abril que o governo preparava o projeto para ajustar regras tributárias de aplicações financeiras, com medidas como regulamentação da taxação de criptoativos, simplificação de exigências para operações com ações, redução de imposto sobre “day trade” e fechamento de brechas de paraísos fiscais.

Juros

O secretário afirmou ainda que ninguém está confortável com o nível da taxa básica de juros, mas o país observa uma melhora no spread bancário em meio a reformas microeconômicas implementadas pelo governo.

Pinto destacou que o spread — a diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e a taxa final cobrada dos clientes — caiu 3,4 pontos percentuais em 12 meses até junho.

Entre as iniciativas que colaboraram para essa melhora, ele citou o novo marco de garantias, sancionado no fim de 2023, que autorizou a adoção de medidas extrajudiciais para a recuperação de créditos, além de permitir que um imóvel seja usado como garantia para mais de uma dívida.

O secretário afirmou que ainda é possível baixar o spread, atualmente em 18,3 pontos percentuais, ao se focar na redução da inadimplência e no corte do custo administrativo dos bancos, que “ainda é muito alto”.

Pinto também defendeu a aprovação de um novo marco para os seguros, setor que “tem uma revolução a ser feita”. O texto foi aprovado pela Câmara, sofreu alterações no Senado e agora depende de nova análise dos deputados.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Projeto com ajuste tributário em aplicações financeiras pode ser enviado neste semestre, diz secretário de Haddad no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.