Pesquisa avalia riscos de hospitalização de crianças com zika

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A primeira geração de crianças afetada com um surto de microcefalia, em 2015, hoje tem cerca de 10 anos de idade. Apenas uma minoria sobreviveu ao primeiro ano de vida. As sequelas da Síndrome Congênita do Zika (SCZ) comprometem o tamanho da cabeça e a formação de neurônios. Os dados são do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia.

Por se manifestar de maneira mais expressiva em países pobres e em populações desiguais, a síndrome do zika recebe baixa atenção a nível mundial. Somente no Brasil, a doença acumula 20 mil casos suspeitos. São filhos de mães que moram em regiões quentes e com alta circulação de mosquitos. A infecção ocorre durante a gravidez pelo vírus zika, transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti.

O Médico e líder do estudo, João Guilherme Tedde, afirma que a pesquisa é uma das primeiras a avaliar os riscos de hospitalização em pacientes com a síndrome ao longo da primeira infância. Ele fala da importância desses dados: “isso é muito importante para orientar decisões relacionadas ao tratamento desses pacientes. Esses dados possuem muita relevância a nível do Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que essa síndrome afetou de maneira bastante desproporcional, dando uma carga maior para populações de baixa renda, que são, muitas vezes, dependentes do Sistema Único de Saúde para acompanhamento ambulatorial e para o manejo das complicações que porventura possam exigir hospitalização”.

O estudo comparou dois mil casos de crianças com Síndrome Congênita do Zika com mais de 2,5 milhões de casos de crianças sem a síndrome. A equipe de pesquisadores avaliou as taxas de admissões, seus principais motivos e a duração das hospitalizações durante os primeiros quatro anos de vida.

A principal conclusão do estudo indica que crianças com SCZ apresentaram taxas de hospitalização entre 3 e 7 vezes maiores do que crianças sem a síndrome, além de ficarem internadas por períodos mais longos em comparação às crianças sem a síndrome nos primeiros quatro anos de vida. As hospitalizações ocorreram em razão de malformações congênitas, doenças neurológicas e causas respiratórias e infecciosas.

Ana Carla Bernardo, 23 anos, teve uma filha com microcefalia e aguarda na Justiça para receber o benefício

© Imagens/TV Brasil

Saúde Brasil acumula 20 mil casos suspeitos da doença Rio de Janeiro 23/01/2025 – 17:15 Nadia Coelho / Rafael Guimarães Tatiana Alves – Repórter da Rádio Nacional Zika SUS Microcefalia quinta-feira, 23 Janeiro, 2025 – 17:15 2:44

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