Primeiro voo de deportados da gestão Trump pousa em Manaus após ‘falha’

O aeroporto de Manaus recebeu, às 18h desta sexta-feira, 24, o primeiro voo com deportados dos Estados Unidos para o Brasil da gestão de Donald Trump, que assumiu a presidência nesta semana.

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O avião dos imigrantes deportados por Trump tinha 158 pessoas e, inicialmente, iria para Belo Horizonte. Todavia, deve que pausar a viagem à capital mineira por conta de questões relativas à manutenção.

As falhas estariam atreladas ao ar condicionado, com passageiros reclamando de calor na aeronave.

Não foram divulgadas informações sobre os passageiros pela Polícia Federal – incluindo nacionalidade. Porém, o Ministério de Relações Exteriores já alegou que mais da metade, 88 pessoas, são de nacionalidade brasileira.

Há expectativa de que uma nova partida ocorra amanhã, mas o voo consta como ‘cancelado’ nos painéis do aeroporto, segundo apuração da Globonews.

A deportação desses mais de 150 imigrantes já estava prevista ainda antes da posse de Trump, já que apesar de o atual presidente dos Estados Unidos ter endurecido medidas anti-imigração e dado declarações nesse sentido, Brasil e EUA já têm acordo para deportações desde meados de 2017.

Ainda neste ano, um outro voo já havia trazido 100 deportados ao Brasil, no dia 10 de janeiro. Nesse caso, o avião pouso em Confins, em Belo Horizonte (MG).

Deportados deve aumentar na gestão recém iniciada de Trump

Apesar do acordo com o Brasil datar de mais de 7 anos, há expectativa que o número de imigrantes deportados aumente substancialmente na nova gestão presidencial dos EUA.

Isso, porque desde o início do novo mandato, o governo dos Estados Unidos iniciou uma série de ações para endurecer o controle de imigração, divulgando que 538 imigrantes em situação irregular foram presos desde a posse – incluindo um suspeito de terrorismo, membros de gangues e condenados por crimes graves.

Em discursos recentes, Trump reafirmou sua intenção de realizar a “maior campanha de deportação da história” dos Estados Unidos. Ele enfatizou que aqueles que entrarem ilegalmente no país enfrentarão “graves consequências”.

O republicano também revogou decretos do governo Biden, como o que permitia a reunificação de famílias separadas na fronteira e o que garantia cidadania para nascidos nos Estados Unidos.

Dentre as principais mudanças, estão por exemplo, a Lei Laken Riley, aprovada pelo Congresso de maioria republicana. A lei permite a detenção e deportação de imigrantes indocumentados acusados de certos delitos, mesmo sem condenação formal.

Ocorreu também a revogação de status legal temporário, com a administração Trump emitindo um memorando que autoriza agentes federais de imigração a revogar o status legal temporário de imigrantes que entraram nos EUA sob programas de “parole” durante o governo Biden.

Além disso, Trump também endureceu as políticas na fronteira com o México, utilizando inclusive força militar, autorizando o envio de oficiais adicionais à região para intensificar a segurança.

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