PlatôBR: Rui Costa propõe substituir laranja e lembra medidas do governo Dilma

Dez anos depois, a história se repete, mas o ministro Rui Costa (Casa Civil) foi mais cuidadoso desta vez.

Em 2014, quando o tomate e a carne também se destacavam como vilões da inflação, o então secretário de Política Econômica da gestão da também petista Dilma Rousseff, Márcio Holland, propôs que a população trocasse carne bovina por outros alimentos. Holland causou grande polêmica com a ideia, deixando o governo numa saia justa ao sugerir “ovos” para substituir a carne.

“O brasileiro tem uma série de outros produtos substitutos para carne, como frangos e ovos, que vêm apresentando comportamento benigno este ano”, disse à época.

Nesta sexta-feira, 24, o ministro Rui Costa seguiu a mesma linha de raciocínio.

Ele recomendou a substituição de produtos como forma de driblar a inflação momentânea, em função de problemas de safra ou climáticos. No entanto, saiu do segmento das carnes, que também é uma das vilãs da inflação atualmente, e usou a laranja como exemplo.

Ao explicar a ideia de governo de usar a redução de alíquotas de importação como um instrumento para forçar a diminuição dos preços no Brasil, o ministro disse que isso se aplicaria apenas a produtos que estejam com valor mais baixo lá fora, já que alguns também estão subindo no exterior.

Ele exemplificou: “A laranja teve diminuição drástica de produção nos Estados Unidos, um dos maiores produtores, em função de doenças na plantação”. “Nós tivemos também redução em São Paulo, também em função de doença. Então está tão caro quanto aqui”.

Assim, “o que se pode fazer?”, questionou o ministro, para na sequência apresentar uma sugestão: “Mudar a fruta que a gente vai consumir. Em vez de laranja, outra fruta. Não adianta baixar a alíquota de importação porque não tem produto lá fora para colocar aqui dentro”.

O ministro estava falando a jornalistas, junto com os colegas Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto para tratar de possíveis soluções para driblar a inflação sentida pelos brasileiros ao comprar comida.

Na entrevista, ele disse que o governo pode baixar a alíquota de importação de alimentos cujos que, lá fora, estejam com preços mais competitivos que os daqui. Seria uma maneira de conter a escalada inflacionária.

A medida, no entanto, não tem prazo para ser adotada. O governo irá avaliar quais produtos podem ser alvo da redução de alíquota. Ao mesmo tempo, fará uma análise para tentar baixar as taxas cobradas nas transações com vale-alimentação e vale-refeição.

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