Imigração EUA: Governo Trump lança blitz de fiscalização em todo país

O governo Trump lançou uma blitz de fiscalização de imigração em todo os Estados Unidos no domingo (26) que incluiu várias agências federais e resultou na prisão de quase mil pessoas, segundo o Immigration and Customs Enforcement (ICE na sigla em inglês).

As apreensões são parte de um esforço para reunir um aparato de fiscalização maior, unindo uma série de agências federais que receberam autoridade de imigração estendida sob o governo republicano.

Os agentes do ICE foram acompanhados no domingo por autoridades de várias agências do Departamento de Justiça, enquanto miravam o que eles disseram ser ameaças à segurança pública e à segurança nacional. A operação deve continuar esta semana.

O “czar da fronteira” da Casa Branca, Tom Homan, chamou as ações de execução de domingo em Chicago de “um bom dia” e um “divisor de águas” em uma entrevista à CNN.

“O presidente Trump colocou todo o governo nessa questão”, declarou ele. O ICE foi acompanhado no domingo por agências como o FBI; a Drug Enforcement Administration; o Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives; e o US Marshals Service.

“Tivemos toda a polícia do governo hoje para focar na segurança pública e nas ameaças à segurança nacional em Chicago”, expressou Homan.

Segundo ele, que estava no local em Chicago, aquela era uma “operação criminosa”. O procurador-geral adjunto interino Emil Bove também estava na cidade para acompanhar as operações de fiscalização da imigração.

Em todo o país, 956 pessoas foram presas e “554 detenções (foram) alojadas” no domingo (26), escreveu o ICE em uma publicação no X, marcando o maior total desde que a agência começou a relatá-los na plataforma.

Além das “operações direcionadas aprimoradas” anunciadas pelo ICE em Chicago, ações de fiscalização da imigração também foram relatadas na área de Atlanta; Porto Rico; Colorado; Los Angeles; e Austin, Texas.

O prefeito de Chicago, Brandon Johnson, informou que a polícia da cidade não estava envolvida na operação, acrescentando que sua equipe estava trabalhando em estreita colaboração com autoridades da cidade. Ele pediu aos moradores que “conhecessem seus direitos constitucionais”.

Nova política de imigração

Administrações anteriores, incluindo a de Biden, também buscaram ameaças à segurança pública e à segurança nacional ao realizar operações de fiscalização da imigração.

Homan argumentou que as diretrizes sob Biden criam obstáculos para os policiais que visam criminosos, enquanto ex-funcionários de Biden sustentaram que essas diretrizes estabeleceram um foco claro.

A fiscalização interna deve aumentar à medida que autoridades do governo tentam executar a promessa de deportação do presidente. Os escritórios de campo do ICE foram instruídos a cumprir uma cota de 75 prisões por dia, segundo duas fontes, abrindo caminho para superar o número de prisões diárias no ano passado.

No último ano fiscal, as Operações de Fiscalização e Remoção do ICE realizaram 113.431 prisões administrativas, conforme relatório da agência, totalizando cerca de 310 prisões por dia em todos os escritórios de campo.

O novo comandante da fronteira, quando questionado, disse que não impôs uma cota aos oficiais do ICE: “Meu objetivo é prender o máximo possível de ameaças à segurança pública e nacional e passar para as outras prioridades.”

“Estamos priorizando estrangeiros criminosos”, alegou Homan. “Haverá um ponto em que teremos que abrir a brecha para fugitivos.”

O governador de Illinois, JB Pritzker, disse a Dana Bash da CNN no domingo (26) que ele também quer criminosos violentos fora do país, mas expressou preocupação sobre como a administração está conduzindo as operações.

“Se é isso que eles estão pegando, estamos todos a favor”, ressaltou Pritzker. Mas, o governador democrata disse: “Eles estão atrás de pessoas que cumprem a lei, que têm empregos, que têm famílias aqui, que podem estar aqui há uma ou duas décadas.”

Como parte do foco da administração Trump na imigração, as agências federais de aplicação da lei foram instruídas a priorizar a deportação de uma ampla gama de suspeitos criminais sob investigação que podem estar “fora de status”, contou uma fonte da aplicação da lei familiarizada com as últimas operações à CNN.

Os investigadores, conforme fonte, foram instruídos a considerar a deportação de um suspeito que esteja no país ilegalmente e sob investigação por agências como o FBI, ATF e DEA, mesmo quando uma acusação por crimes não relacionados à imigração investigados por essas agências não seja provável no curto prazo.

A fonte disse que os que foram instruídos a considerar “apenas tirá-los de lá”.

A nova postura é notável porque crimes investigados por agências federais de aplicação da lei podem levar semanas ou até vários meses para serem provados e processados.

Antes de assumir o cargo, explicou a fonte, os oficiais de transição de Trump estavam questionando as agências de aplicação da lei sobre quantas de suas investigações envolviam cidadãos não americanos.

O Departamento de Polícia de Chicago disse em uma declaração à CNN que não documenta o status de imigração e, segundo sua “Ordenança da Cidade Acolhedora”, “não compartilha informações com autoridades federais de imigração”.

“Não interviremos ou interferiremos com nenhuma outra agência governamental que desempenhe suas funções”, diz a declaração.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Imigração EUA: Governo Trump lança blitz de fiscalização em todo país no site CNN Brasil.

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