Kassab mostra os dentes. E morde Haddad

Gilberto Kassab não dá ponto sem nó. Depois de deixar circular que seu pupilo Tarcísio de Freitas, do Republicanos, só concorreria a presidente em 2026 caso tivesse chances reais de vitória — o óbvio para qualquer político que arriscasse perder uma reeleição tranquila para governador de São Paulo —, ele soltou nesta quarta-feira, 29, em um encontro com banqueiros, uma bomba sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Kassab chamou Haddad de um “ministro fraco” e afirmou que isso é muito ruim para a economia brasileira. O ministro se chateou, comentou com auxiliares, mas a crítica é pertinente. Haddad enfraqueceu-se no cargo, por atitudes próprias, mas também pela nítida dificuldade de influenciar Lula e demora para fazer prevalecer seus pontos de vista. Fora o mercado decepcionado com os resultados da política econômica, a alta dos alimentos e o aumento dos juros agravaram a situação da Fazenda.

Lula não empoderou Fernando Haddad, fez sua pasta voltar atrás no Pix — não havia outra saída — e, agora, deve nomear uma de suas principais críticas, a deputada Gleisi Hoffmann, para o coração do Planalto, no lugar de Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral.

Não se pode precisar se Kassab está aumentando a pressão para ganhar mais espaço para o PSD e o Centrão na reforma ministerial ou se está preparando o terreno para se descolar do governo, que hoje vive o seu pior momento. O certo é que ele não fez essas declarações à toa. E também é certo que suas palavras enviam à classe política um vaticínio ruim sobre o governo, vindo de quem sabe farejar o lado que sai vencedor.

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