Itália está pronta para evacuar 14 crianças com câncer de Gaza

TEL AVIV, 6 FEV (ANSA) – O governo italiano anunciou nesta quinta-feira (6) que está pronto para evacuar 14 crianças diagnosticadas com câncer da Faixa de Gaza, como parte da nova fase do “Food for Gaza”, projeto italiano de assistência alimentar à população palestina.   

Em declaração à imprensa em um voo para Israel, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, explicou que a nova etapa da iniciativa prevê cooperação e apoio no setor de saúde.   

Desta forma, a expectativa é de que 14 crianças com câncer sejam retiradas do enclave palestino e levadas para a Itália, onde serão tratadas em instalações médicas nas regiões de Piemonte, Lazio e Lombardia.   

“E no futuro, em outras instalações italianas também, porque o objetivo é aumentar ainda mais o número dessas crianças”, acrescentou o chanceler do país europeu, acompanhado pela ministra das Universidades e Pesquisa, Anna Maria Bernini.   

Durante uma reunião política do projeto italiano no último dia 22 de janeiro, presidida por Tajani e Bernini, foi decidido ampliar o foco da iniciativa para a reconstrução de Gaza, começando pelo setor da saúde.   

Na ocasião, uma atenção prioritária também foi dada à questão das evacuações médicas da Faixa de Gaza de crianças doentes, juntamente com suas famílias, para serem tratadas na Itália.   

Após a reunião, a reitora da Universidade de Roma La Sapienza, Antonella Polimeni, enviou uma nota conceitual para um projeto abrangente no setor de saúde, também com foco em telemedicina.   

Com base nisso, as autoridades egípcias expressaram sua disposição de permitir a entrada de doentes trazidos pela Itália via Rafah, cujos representantes locais prepararam uma lista de 14 crianças com seus familiares, totalizando 42 pessoas.   

A expectativa é de que o prazo para a evacuação do enclave palestino para Cairo e depois o transporte para o território italiano poderia ser de 15 a 16 de fevereiro.   

Ao todo, quatro crianças devem ser levadas para Milão, duas para Monza e oito seriam divididas entre Turim e Roma, nos hospitais Regina Margherita e Umberto I, respectivamente. Mas ainda não há certeza sobre o momento.   

“O procedimento burocrático é longo, o problema não é as crianças, mas aqueles que as acompanham e os controles palestinos e israelenses relacionados para autorizar sua saída”, explicou Tajani.   

Segundo o vice-premiê italiano, “basta que uma pessoa mude de nome e é preciso começar de novo”. Apesar disso, a Itália está pronta para avançar e trabalhar para aumentar esses números.   

“Queremos fazer mais”, afirmou ele, destacando que a iniciativa italiana é “puramente humanitária” e conta com o apoio de israelenses e palestinos. “Tanto em Ramallah quanto em Jerusalém eles confiam nos italianos”.   

Já o embaixador da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Bruno Archi, coordenador do “Food for Gaza” disse que, no futuro, poderia “evacuar dezenas de crianças a mais”, mas “isso dependerá da disponibilidade das instalações italianas”.   

“Se pudermos então expandir a iniciativa, cada região poderá contribuir. É um projeto piloto”, explicou Archi, revelando que o capítulo de saúde da iniciativa italiana também está pronto para se expandir para o fornecimento de próteses.   

Enquanto isso, quatro médicos também participam da missão para construir uma ponte com as autoridades palestinas para coordenar a transferência das crianças e, de forma mais geral, iniciar contatos para colaboração na área da saúde. (ANSA).   

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