Presidente da COP30 pede a países metas climáticas ‘mais ambiciosas possíveis’

Os países devem apresentar metas de redução das emissões de gases do efeito estufa “mais ambiciosas possíveis” antes da COP30, que será realizada entre 10 e 21 de novembro, em Belém, declarou em uma entrevista à AFP o presidente da conferência climática, André Corrêa do Lago.

O plano de ação “deve ser compatível” com a limitação do aumento da temperatura global a 1,5 ºC em relação à era pré-industrial, como estipulado pelo Acordo de Paris, disse o alto diplomata brasileiro.

União Europeia e China, dois grandes emissores e essenciais para o combate à mudança climática, ainda não revelaram suas metas para 2035.

O prazo para apresentar esses novos planos, uma obrigação para os países signatários do Acordo de Paris, que é revisado a cada cinco anos, termina na próxima segunda-feira.

No entanto, para Corrêa do Lago, o importante não são os prazos, mas a ambição para frear o aquecimento, depois que o mundo quebrou recordes de temperatura em 2023 e 2024, com uma média que superou os 1,5 ºC pela primeira vez.

“Alguns têm circunstâncias especiais nesse ano, como a União Europeia e a mudança que aconteceu na Comissão, que talvez dificultem que as datas coincidam com as datas previstas. Mas o mais importante é que os países apresentem NDC(Contribuições Nacionalmente Determinadas, na sigla em inglês) ambiciosas como o Brasil fez, como o Reino Unido fez. Então eu acho que estamos muito atentos”.

No ano passado, o Brasil aumentou a sua meta de redução de gases de efeito estufa de 59% para 67% até 2035, em relação aos níveis de 2005.

Os Estados Unidos, por sua vez, apresentaram seu plano de redução de emissões em dezembro (entre 61% e 66%), ainda sob o governo de Joe Biden.

No entanto, Donald Trump anunciou, após chegar ao poder, a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, que será efetivada no início do próximo ano, após a realização da COP30 no Brasil.

Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores e um negociador experiente nas discussões climáticas, deu como certo que Washington continuará no diálogo com a comunidade internacional.

Os Estados Unidos são um “membro da Convenção-Quadro” das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que é “como um guarda-chuva do Acordo de Paris”, portanto, “existem também outros contextos nos quais nós falamos de mudança do clima com os Estados Unidos, o G20, por exemplo”, disse o diplomata de 65 anos, nomeado presidente da COP30 em janeiro.

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