É legítimo questionar decisões do TPI, diz vice-premiê da Itália

ROMA, 7 FEV (ANSA) – O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, pediu nesta sexta-feira (7) “pragmatismo” diante das decisões do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra chefes de Estado e de governo, como o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e considerou “completamente legítimo questionar certas atitudes” da instituição.   

“Se Netanyahu nos visitasse, como poderíamos prendê-lo? Um tiroteio com agentes do Mossad? E por quê? Porque três juízes, um dos quais foi trabalhar no Líbano, dizem isso e continuam dizendo que Israel é seu inimigo?”, questionou o chanceler italiano, referindo-se a Nawaf Salam, que deixou o TPI para se tornar primeiro-ministro libanês.   

Tajani enfatizou ainda que “só porque você é pró-europeu não significa que você sempre tem que concordar com tudo”. “Criticar não significa ir contra as instituições”.   

A declaração do vice-premiê italiano é dada um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar sanções econômicas e de viagem contra pessoas que trabalham em investigações no TPI por acusarem líderes israelenses de crimes contra a humanidade durante a guerra na Faixa de Gaza.   

Além disso, ocorre em meio ao “curto-circuito” entre o governo italiano e o TPI sobre o caso do comandante líbio Osama Almasri Njeem, libertado e deportado em um avião oficial apesar de ser alvo de um mandado de prisão da corte por suspeita de crimes de guerra e contra a humanidade.   

Recentemente, o jornal italiano Avvenire informou que o Tribunal Penal Internacional de Haia recebeu uma denúncia sobre a atuação do governo da Itália no caso de um refugiado do Sudão que, em 2019, relatou aos investigadores do tribunal as torturas que ele e a esposa sofreram nas mãos de Almasri quando ambos estavam detidos na Líbia.   

A ação, que cita os nomes da premiê Giorgia Meloni e dos ministros do Interior, Matteo Piantedosi, e da Justiça, Carlo Nordio, fala em uma suposta obstrução das decisões do Tribunal de Haia, estabelecido a partir de um estatuto assinado em Roma nos anos 1990. No entanto, fontes do governo italiano negaram que haja uma investigação contra o país no TPI. (ANSA).   

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