O que se sabe sobre o acidente aéreo que deixou dois mortos em São Paulo

Um avião de pequeno porte caiu na manhã desta sexta-feira, 7, na zona oeste da cidade de São Paulo. O acidente causou duas mortes e deixou outras sete pessoas feridas. Neste texto, o site IstoÉ reúne as principais informações sobre o caso.

Como foi

A decolagem do Campo de Marte ocorreu por volta das 7h. “A torre de controle perdeu o contato com a aeronave às 7h16, minutos após a decolagem”, informou a Secretaria da Segurança Pública.

Pouco depois, a aeronave tocou o solo e atingiu um ônibus que operava pela linha 8500/10 na avenida Marquês de São Vicente, via de trânsito movimentado no bairro de Barra Funda, zona oeste da capital paulista, a cerca de 10,6 quilômetros do local de decolagem. A explosão ocorreu no momento.

Registros em vídeo da colisão mostram que dezenas de veículos estavam parados em um semáforo a poucos metros da explosão. Veja abaixo:

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Vítimas e transtornos

O advogado Márcio Louzada Carpena e o piloto Gustavo Medeiros morreram no momento da queda.

Nas redes sociais, Márcio havia publicado um vídeo do avião no Campo de Marte minutos antes de decolagem. Há seis semanas, ele havia feito uma postagem comemorando o primeiro voo dele e da família com a aeronave recém-adquirida, para o Uruguai.

Além das duas mortes, a colisão deixou sete pessoas feridas. Seis delas estavam em um ponto de ônibus próximo da explosão, e outro era um motociclista que transitava no local.

Até o momento de publicação desta reportagem, a avenida Marquês de São Vicente seguia interditada.

A aeronave

A colisão envolveu um Beechcraft King Air F90, fabricado em 1981, com capacidade para transportar oito pessoas, que havia sido adquirido por Carpena em dezembro de 2024. Veja abaixo um exemplar do modelo:

O que se sabe sobre o acidente aéreo que deixou dois mortos em São Paulo

A aeronave não tinha autorização para operar táxi aéreo, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Investigação

De acordo com a FAB (Força Aérea Brasileira), investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão regional do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáutico), foram acionados para realizar a Ação Inicial da ocorrência envolvendo a aeronave.

“Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”, informou a FAB.

Para Roberto Peterka, especialista especialista em segurança aérea, os elementos já disponíveis indicam que ocorreu uma tentativa de pouso forçado, e não de emergência. “No momento do mergulho, as pás das hélices estavam em passo bandeira, o que é característico da ausência de tração. Em uma comparação grosseira, uma aeronave sem tração é como um carro engatado em ponto morto: você pode acelerar, mas ele não sairá do lugar”, disse ao site IstoÉ.

Pelo ano de fabricação do King Air, a tendência é que esse exemplar não tenha caixa-preta, o que ainda poderá ser confirmado pelo Cenipa na investigação do ocorrido. “A ausência da caixa-preta dificulta as investigações, mas não as inviabiliza. Mesmo com esse recurso, as gravações são colocadas a par de outros fatos do acidente.  O objetivo é encontrar uma coincidência entre as ações dos pilotos e o material da caixa-preta, por meio de uma análise. Ela ajuda, mas não baseia a investigação”, explicou Peterka.

“Os investigadores irão analisar, a partir das imagens, como o avião desceu, a gravação das conversas entre o piloto e a torre de comando, que não foram comprometidas, se o piloto teve ou não tempo de sanar o problema que afetou os motores da aeronave, que serão desmontados, a sobra de instrumentos que não tenham entrado em combustão e qualquer outro material que possa contribuir para coletar as provas”, concluiu o especialista.

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