Ucrânia espera que sanções de Trump contra TPI não impeçam punição a supostos crimes russos

A Ucrânia espera que o Tribunal Penal Internacional (TPI) continue perseguindo os supostos autores russos de crimes de guerra em seu país, apesar das sanções impostas contra a corte pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou o porta-voz de sua diplomacia.

“Esperamos que [essas sanções dos EUA] não afetem a capacidade do tribunal de fazer justiça às vítimas da agressão russa”, declarou o porta-voz da diplomacia ucraniana, Georgiy Tykhy, em comunicado.

Segundo ele, o TPI é “uma ferramenta importante para alcançar esses objetivos”.

Ele afirmou que “mais ordens de prisão” do TPI são “necessárias” contra os “criminosos russos” envolvidos na “execução de prisioneiros de guerra ucranianos, na deportação de crianças, nos crimes de guerra e nos bombardeios contra civis” na Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, é alvo desde março de 2023 de uma ordem de prisão por suspeitas de deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia.

O Kremlin, que não reconhece o TPI, rejeita firmemente as acusações feitas por esse tribunal contra o líder russo.

“Não reconhecemos o TPI. Os americanos têm suas próprias relações com o TPI”, comentou nesta sexta-feira (7) o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, durante uma coletiva de imprensa, após o anúncio das sanções de Donald Trump.

Diante do risco teórico de ser preso caso viaje para países membros do TPI, Putin evita certas viagens, como a participação na cúpula do Brics na África do Sul em agosto de 2023, depois na do G20 na Índia em setembro do mesmo ano e na realizada no Brasil em novembro de 2024.

O presidente americano, que acusa o TPI de ter realizado “ações ilegais”, assinou na quinta-feira um decreto que proíbe, entre outras medidas, a entrada nos Estados Unidos de dirigentes, funcionários e agentes do Tribunal, além de prever o congelamento de seus ativos no país.

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