Ameaça de Trump de anexar Canadá é “real”, diz premiê a investidores

O primeiro-ministro Justin Trudeau disse em uma reunião empresarial na sexta-feira (7) que a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de anexar o Canadá “é uma coisa real”, segundo confirmaram à CNN dois líderes empresariais canadenses que estavam no evento.

Os comentários de Trudeau, relatados pela primeira vez pelo Toronto Star, foram captados por um microfone que ainda estava aberto quando o político acreditou que a imprensa já havia sido escoltada para fora.

“O Sr. Trump tem em mente que a maneira mais fácil de fazer isso é absorvendo nosso país e isso é uma coisa real. Em minhas conversas com ele em…”, afirmou Trudeau, de acordo com o áudio da Cúpula Econômica Canadá-EUA em Toronto compartilhado pela CBC News, antes do microfone ser cortado.

O premiê comentou isso após um discurso de abertura na cúpula e depois que os jornalistas deixaram a sala, informou a CBC.

Em uma entrevista à CNN antes da posse de Trump, Trudeau ressaltou que a fala do republicano sobre transformar o Canadá no 51º estado dos Estados Unidos era apenas uma distração.

Ele acrescentou que o Canadá não se tornaria mais um estado dos EUA.

“Os canadenses têm muito orgulho de ser canadenses. Uma das maneiras pelas quais nos definimos mais facilmente é, bem, não somos americanos”, destacou Trudeau em entrevista ao programa “The Lead with Jake Tapper”, da CNN, no início de janeiro.

“O presidente Trump, que é um negociador muito habilidoso, está distraindo as pessoas um pouco com isso, com essa conversa, para tirar da conversa sobre tarifas de 25% sobre petróleo e gás, eletricidade, aço, alumínio, madeira e concreto”, argumentou o premiê na entrevista à CNN.

Crise recente entre EUA e Canadá

O presidente dos EUA impôs tarifas ao Canadá na semana passada, anunciando uma nova taxa de 25% sobre a maioria dos produtos canadenses importados.

No entanto, depois que Trudeau se comprometeu a reforçar a segurança na fronteira, Trump anunciou uma pausa nas tarifas propostas por pelo menos um mês.

Após uma ligação com o americano, o premiê canadense afirmou que o país implementaria o plano de fronteira de US$ 1,3 bilhão anunciado anteriormente, além de se comprometer a nomear um “czar do fentanil” — uma pessoa responsável para lidar com o combate à droga — e classificar cartéis como terroristas.

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