MG: excesso de peso e velocidade causaram acidente com 39 mortos, diz PRF

Um relatório produzido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou que as principais causas do grave acidente que deixou 39 mortos na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), foram o excesso de peso e de velocidade do caminhão envolvido na colisão.

Relembre o que sabemos sobre o acidente

Uma perícia administrativa da PRF investigou o acidente, ocorrido em dezembro do ano passado. No laudo pericial, são apontados vários fatores que contribuíram para a alta mortalidade no acidente. Entre eles: fatores humanosfatores relacionados ao transporte, fatores viários e fatores veiculares.

A colisão, que envolveu um ônibus e um caminhão que transportava rochas, ocorreu em uma curva sinuosa em um trecho de declive da rodovia. O tombamento do caminhão e o impacto da carga com o ônibus resultaram em um incêndio, dificultando o resgate e aumentando a gravidade do acidente.

Velocidade e carga transportada

O laudo indica que o caminhão trafegava a 93 km/h no momento em que iniciou a curva, acima da velocidade máxima segura estabelecida pela Autorização Especial de Trânsito (AET). Registros de momentos anteriores ao acidente mostram que o veículo atingiu velocidades próximas ou superiores a 100 km/h, chegando a 117 km/h.

O ônibus atingido, por sua vez, estava a 85 km/h, dentro do limite regulamentar para a rodovia, que era de 100 km/h. Outros veículos, que não tiveram vítima fatais, não foram especificados no relatório.

As condições da via também contribuíram para o acidente. A sinalização horizontal desgastada, a ausência de sinalização de velocidade no sentido decrescente e a falta de largura na curva são apontadas como fatores que potencializaram o risco de acidentes.

laudo pericial identificou diversas irregularidades no caminhão envolvido no acidente, como pneus em mau estadoalterações na suspensão que elevavam o centro de massa e o excesso de peso, que ultrapassava em pelo menos 16 toneladas o permitido, são alguns dos problemas encontrados.

Além disso, o veículo não era homologado para o transporte de rochas ornamentais, conforme a Resolução 935/22 do Contran. A carga, composta por blocos de rocha, também apresentava amarração inadequada, com travas defeituosasausência de identificação e lingas frouxas. A combinação desses fatores contribuiu para a instabilidade do veículo e potencializou o tombamento.

Fatores humanos

laudo também destaca fatores humanos que contribuíram para a tragédia. O motorista do caminhão não respeitou o tempo mínimo de descanso de 11 horas consecutivas, o que pode ter levado à fadiga e redução do estado de alerta.

Nas redes sociais, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que o motorista da carreta que se envolveu no acidente testou positivo para substâncias entorpecentes. A confirmação sobre o uso de drogas ocorreu após análise da urina do motorista, que foi colhida no dia 23 de dezembro.

O condutor da carreta foi preso no Espírito Santo. A prisão foi realizada pela Polícia Civil de Minas Gerais após decreto do juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni.

Este conteúdo foi originalmente publicado em MG: excesso de peso e velocidade causaram acidente com 39 mortos, diz PRF no site CNN Brasil.

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