Trump sugere fim de trégua em Gaza se reféns não forem soltos

WASHINGTON, 11 FEV (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu na noite da última segunda-feira (10) que Israel rompa o acordo de cessar-fogo com o Hamas caso o grupo fundamentalista islâmico não liberte mais reféns até sábado (15).   

A declaração é dada após o Hamas anunciar que vai atrasar a libertação de reféns prevista para o próximo fim de semana, acusando Israel de violar os termos do acordo, que está em vigor há cerca de três semanas.   

O grupo também alega que o governo de Benjamin Netanyahu está dificultando a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino, além de atrasar o retorno dos deslocados ao norte e de deflagrar ofensivas.   

Nesse cenário, Trump prometeu que “o inferno vai se instalar” se os reféns restantes não forem soltos. “Falo por mim, Israel pode ignorar isso”, acrescentou.   

Em fala a jornalistas no Salão Oval, o republicano destacou que os reféns devem ser libertados até o meio-dia do próximo dia 15 de fevereiro e ainda ameaçou suspender a ajuda à Jordânia e ao Egito. O presidente dos EUA quer que os dois países acolham refugiados palestinos que estão sendo retirados de Gaza.   

Por outro lado, o Hamas ressaltou que as ameaças de Trump sobre os reféns só “complicam ainda mais as coisas”.   

“Trump deve lembrar que há um acordo que deve ser respeitado por ambas as partes e que esta é a única maneira de devolver os prisioneiros (reféns)”, afirmou à AFP Sami Abu Zuhri, um alto funcionário do grupo.   

O porta-voz do Hamas reforçou ainda que “a linguagem das ameaças não tem valor e complica ainda mais as coisas”.   

Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou a necessidade de “evitar a todo custo a retomada das hostilidades em Gaza, o que levaria a uma imensa tragédia”.   

“Apelo ao Hamas para que prossiga com a planejada libertação dos reféns”, escreveu o diplomata português em seu perfil no X.   

Para Guterres, “ambos os lados devem respeitar integralmente os compromissos assumidos no acordo de cessar-fogo e retomar negociações sérias”. (ANSA).   

Adicionar aos favoritos o Link permanente.