PlatôBR: Na reta final da campanha, candidatos ao STJ apelam a ministros do Supremo

Candidatos a duas vagas no STJ (Superior Tribunal de Justiça) resolveram apelar a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na reta final da campanha. Dois dos seis concorrentes foram recebidos em audiências com integrantes do Supremo nesta semana.

A escolha de ministros do STJ não depende oficialmente da corte vizinha, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ouvido a opinião de ministros do STF antes de nomear integrantes de tribunais de todo o país.

A expectativa no Judiciário é que Lula escolha os novos ministros do STJ ainda neste mês.

Nesta quinta-feira, 13, o procurador de Justiça Sammy Barbosa, do Acre, foi recebido pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Na véspera, a desembargadora Daniele Maranhão, do TRF-1 ( Tribunal Regional Federal da 1ª Região), fez uma visita a Cristiano Zanin. Na segunda, 10, ela esteve com Edson Fachin.

Como nem todos os ministros do Supremo divulgam suas agendas, os candidatos podem ter se encontrado com outros ministros.

Zanin e Flavio Dino são vistos como bons cabos eleitorais por terem relação de proximidade com Lula. Os dois foram escolhidos pelo presidente para o STF no mandato atual e são os principais interlocutores do petista no Supremo hoje. Dino não se encontrou com candidatos ao STJ neste ano – mas, no ano passado, conversou com concorrentes.

Antes de chegar à corte, Dino era ministro da Justiça e ajudava o presidente a selecionar juízes para tribunais de todo o país. Zanin era advogado de Lula e, até por isso, conta com a confiança do presidente para temas jurídicos.

Nomeado por Dilma Rousseff para o Supremo, Fachin é apontado como interlocutor de uma área do PT. Barroso, por ser presidente do tribunal, tem relação institucional com Lula.

Fora a campanha perante ministros do STF, os candidatos às vagas no STJ têm conversado ainda com integrantes do governo – principalmente com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Institucionais, Alexandra Padilha, o advogado-geral da União, Jorge Messias, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Lula recebeu em outubro duas listas tríplices enviadas pelo STJ com candidatos às vagas. As cadeiras estão vazias há mais de um ano. No entanto, nos últimos meses Lula priorizou outros assuntos – como eleições municipais, ajuste fiscal e a guerra em torno das emendas. As nomeações ficaram para este ano.

Pessoas próximas de Lula acreditam que ele ainda não decidiu quem nomear. Estão fortes na corrida o desembargador Carlos Brandão, do TRF-4, e a procuradora alagoana Maria Marluce Caldas Bezerra. Brandão tem como principal apoiador o ministro do STF Kassio Nunes Marques. Marluce tem o apoio do sobrinho, o prefeito reeleito de Maceió, João Henrique Caldas – que é ligado a Arthur Lira (PP-AL), até há pouco presidente da Câmara dos Deputados.

Também integram as listas tríplices o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que se notabilizou por conduzir inicialmente das investigações do 8 de Janeiro, e a desembargadora Marisa Santos, do TRF-3.

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