Juíza manda soltar suspeitos presos em flagrante durante perseguição policial após assalto no Ceasa


Grupo é investigado por integrar quadrilha especializada em roubos a bancos e de cargas, segundo a Polícia Civil. Homens foram presos após assalto dentro do Ceasa, no Recife
Reprodução/WhatsApp
A Justiça mandou soltar os quatro homens que foram presos em flagrante após um assalto dentro do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), no Recife. Eles são investigados por integrar uma quadrilha especializada em roubos a bancos e de cargas, segundo a Polícia Civil.
O caso aconteceu na segunda-feira (14). Depois do crime, houve uma perseguição policial que deixou um suspeito morto e três detidos. Um quarto membro do suposto grupo criminoso foi preso um dia depois. A TV Globo teve acesso ao relatório da investigação que mostra detalhes do confronto entre o grupo e a polícia (saiba mais abaixo).
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A decisão foi tomada pela juíza Blanche Maymone Pontes Matos durante audiência de custódia, atendendo a um pedido de relaxamento das prisões feito pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Na ordem judicial, ela disse que não viu a relação dos suspeitos com o assalto ocorrido no Ceasa e as provas apresentadas pela polícia após as investigações.
“Não há qualquer elemento que vincule os autuados a este crime, bem como à apreensão das armas, que, segundo os autos, foram apreendidas em outro local e, no tocante ao delito de associação criminosa, também não há como configurar flagrante delito, diante dos requisitos necessários para a configuração deste crime”, afirmou a juíza na decisão.
De acordo com a polícia, os homens são suspeitos de roubar o dinheiro de um empresário que tem três pontos comerciais no Ceasa.
Imagens de uma câmera de segurança mostram os criminosos rendendo funcionários para praticar o roubo. Onze minutos depois, um segundo vídeo flagrou os bandidos pegando um carro para fugir. A TV Globo tenta contato com a defesa deles.
Investigação
Relatório confidencial da polícia detalha investigação sobre assaltantes de comerciante no Ceasa
A TV Globo teve acesso a um relatório confidencial da investigação realizada pela Polícia Civil. Ao todo, oito homens são suspeitos de integrar a mesma quadrilha (veja vídeo acima).
De acordo com o documento, um deles é ex-presidiário e alugou uma casa no bairro da Estância, na Zona Oeste do Recife. No local, a polícia identificou a movimentação de três carros com indícios de adulteração nas placas.
Além disso, o relatório informa que os suspeitos se reuniam no imóvel toda segunda-feira e conta que, após conhecimento do ocorrido no Ceasa, os policiais encontraram o grupo trocando de veículos na Rua Coronel Fernando Machado, no bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife.
Nesse momento, conforme o documento, os agentes fizeram a abordagem, mas como o grupo não se rendeu, houve uma troca de tiros, que resultou na morte de um dos investigados, identificado apenas como José Roberto.
Em um vídeo gravado pela câmera instalada no colete de um dos policiais, é possível ouvir o barulho de alguns tiros. Durante o confronto, os três suspeitos que ficaram conseguiram fugir no carro, que foi atingido por vários disparos.
Os criminosos pegaram a contramão na Avenida Recife e seguiram até o Hospital da Mulher, onde abandonaram o veículo. Eles, então, correram até um carro e renderam o motorista, que tinha parado para comprar um lanche e estava acompanhando a esposa no hospital.
Ainda de acordo com o relatório, os bandidos retiraram do carro uma pessoa que estava sentada no banco do carona, apontando uma arma para a cabeça dela. Em seguida, os três homens entraram no veículo e deixaram o local.
A equipe de investigadores foi até a casa onde o grupo se reunia e encontrou no local três homens e o carro roubado em frente ao Hospital da Mulher. Um dos homens era o proprietário do imóvel, que disse que tinha emprestado o espaço para os suspeitos.
Os outros dois veículos usados pelos suspeitos na perseguição policial foram apreendidos pela polícia e guinchados até o pátio do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, também na Zona Oeste da cidade.
O que diz o TJPE
Procurado, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) disse que a juíza não identificou a ligação entre os autuados e os crimes investigados e que, na audiência de custódia, o próprio Ministério Público deu parecer favorável ao relaxamento das prisões.
A TV Globo também entrou em contato com o MPPE para saber por que houve o pedido de relaxamento das prisões, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta. Já a Polícia Civil disse que não comenta decisões judiciais.
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