Cacá Diegues deixa filme inédito com Antonio Fagundes, ‘Deus ainda é brasileiro’

O cineasta Cacá Diegues, que morreu na madrugada desta sexta-feira, 14, aos 84 anos, além de um legado para o cinema nacional, deixou também um filme inédito, “Deus ainda é brasileiro”, longa com Antonio Fagundes. A produção é continuação do sucesso “Deus é Brasileiro”, de 2003, e está em fase de finalização, com estreia prevista para outubro deste ano.

O filme traz novamente o ator no papel de Deus, duas décadas após a primeira história. Mas, desta vez, apresenta uma situação ainda mais crítica do que a primeira. No longa, uma rebelião dos seres celestiais acarreta no envio de um meteoro para exterminar a humanidade, diante da frustração com os rumos tomados pelas sociedades em várias partes do planeta.

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A obra de Diegues reflete sobre temas sociais e culturais contemporâneos, incluindo as relações com os povos originários e com o meio ambiente.

A produção foi rodada no estado de Alagoas e contou com uma equipe majoritariamente local. Cerca de 70% dos profissionais envolvidos nas filmagens, incluindo produção e elenco, são pessoas da região. Além de Antonio Fagundes, estão no elenco Otávio Müller, Bruce Gomlevsky, Neuza Borges e Márcio de Paula.

“Deus ainda é brasileiro” marca mais uma parceria do diretor com a produtora LC Barreto, de Luiz Carlos e Lucy Barreto, com quem o cineasta já trabalhou no clássico “Bye Bye Brasil”, de 1979.

O roteiro do novo longa foi escrito por Diegues em colaboração com João Emanuel Carneiro, conhecido por novelas de sucesso como “A Favorita” (2008), “Avenida Brasil” (2012), e “Mania de Você” (2024), todas da TV Globo.

Inspirado no conto “O santo que não acreditava em Deus”, de João Ubaldo Ribeiro, o filme original “Deus é brasileiro” vendeu 1,6 milhão de ingressos, tornando-se um dos grandes sucessos da carreira de Diegues. A produção foi reconhecida pela crítica, e garantiu a Wagner Moura, que estrelou o longa ao lado de Fagundes, a conquista do troféu da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por sua atuação.

O filme concorreu em categorias como melhor som, fotografia e direção de arte no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, além de ter sido indicado a melhor filme no Festival de Cartagena, na Colômbia.

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