Preço do milho vai chegar a R$ 100 por saca?

O mercado de milho no Brasil está em alta, com ganhos de 27,4% em 12 meses. O preço do cereal base Campinas (SP) está beirando R$ 80 por saca, o que não acontecia desde abril de 2023. Entre os fatores que explicam essa valorização, estão:

1. Aumento da demanda interna, impulsionado pelo setor de etanol de milho

2. Risco climático na segunda safra, com plantio atrasado e possível impacto na produtividade

3. Estoques apertados, tanto no Brasil quanto globalmente

Historicamente, o milho já chegou ao patamar de R$ 100 em março de 2022, logo após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Agora, a dúvida é: o cereal pode atingir esse valor novamente?

Consultamos quatro empresas para entender as projeções para o mercado de milho. Veja a seguir um resumo das análises:

O milho deve chegar a R$ 100?

Para a Pine Agronegócios, o milho não deve chegar a R$ 100 por saca, a não ser que haja uma quebra climática muito severa. O Itaú BBA também acha dificil o cereal chegar neste patamar. Apesar disso, a expectativa da consultoria é que o grão permaneça com preços sustentados no primeiro semestre, com expectativa de alívio no segundo semestre.

Já a Céleres diz que é possível que o milho chegue a R$ 100. Mas, para isso, seria necessário a combinação de dois fatores: um clima ruim a ponto de impactar a safra e um dólar acima de R$ 6,20. Para a Cogo Inteligência em Agronegócio, tecnicamente é possivel que o milho alcance a marca de R$ 100. Mas o cenário, mesmo com estoques apertados, não indica o cereal neste patamar. A projeção da consultoria é de preços ao redor de R$ 75.

Um dos principais pontos de atenção neste momento é se o agricultor brasileiro conseguirá semear milho dentro da janela ideal, que termina neste mês de fevereiro. As condições climáticas também seguem no radar. A maioria das consultorias concorda que o milho continuará valorizado, mas não há um consenso de que chegará a R$ 100. Para que isso aconteça, seria necessário um cenário de forte quebra na safrinha de milho brasileira e desvalorização do real.

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