Preço do ovo aumenta 21,7% na região de Campinas, e associação aponta ‘calor extremo’ como causa provável


Pesquisa realizada pelo Cepea, da USP valor comercializado no atacado é 38,8% em relação a janeiro deste ano.
Preço do ovo aumenta 21,7% na região de Campinas, e associação aponta ‘calor extremo’ como causa provável
Reprodução EPTV
Na região de Campinas (SP), em levantamento divulgado nesta sexta-feira (21) pela EPTV, afiliada da rede Globo, mostra que o preço médio da caixa com 30 dúzias do ovo tipo extra branco está 21,7% mais alto em comparação com fevereiro de 2024. Altas temperaturas é uma das principais causas segundo a Associação Brasileira De Proteína Anima (ABPA).
A pesquisa foi realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP, que levantou os dados nesta quarta-feira (19) e identificou que o valor da caixa comercializada no atacado na metrópole foi de R$ 202,52, um aumento de 38,8% em relação a janeiro deste ano.
Segundo a zootecnista Giseli Neri, há três principais fatores para o aumento do preço do ovo que vão desde o aumento no custo de produção, tanto em relação à alimentação, quanto no custo da embalagem, como o período de quaresma e as altas temperaturas.
“Quando a galinha começa a sentir calor, a produtividade dela diminui” diz a zootecnista.
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‘Calor extremo’
Neri explica que as altas temperaturas têm um impacto muito forte na produtividade da produção de ovos das galinhas. Quando os animais passam por um stress térmico, ou seja, quando elas passam a sentir muito calor que ocorre a partir dos 27 °C, a produtividade diminui.
O resultado é que além de botar menos ovos, aqueles que ela coloca são de menor qualidade. Conta que uma das situações que pode acontecer é um ovo com casca mais fina e isso resulta em maior probabilidade de perda do produto por quebra.
“Além de a produção estar menor, a perda fica maior. Isso resulta em menos ovo no mercado”, conta.
A zootecnista fala que a galinha não tem a capacidade de suar e ainda possui as penas que a aquecem. Assim, a principal forma de uma galinha trocar calor é através da respiração, que fica mais ofegante e isso vai impactar na produção.
Aumento da temperatura também aumenta a mortalidade das galinhas que não resistem ao calor. Para o produtor, o impacto é grande, pois a galinha é um animal de ciclo longo, ela demora de 18 a 19 semanas para começar a produzir ovos a partir do nascimento.
Preço do ovo aumenta 21,7% na região de Campinas, e associação aponta ‘calor extremo’ como causa provável
Reprodução EPTV
Custo de produção
Neri explica dois fatores que mais impactaram os custos de produção são a embalagem, que sofreu aumento de 90%, e na alimentação. Esta última corresponde a aproximadamente 70% do da produção que envolve farelo de soja e milho. E foi justamente o milho que os preços mais subiram.
“Se o milho sobe, isso tem um impacto algo no preço dos ovos”, fala.
Outro fator, relacionado ao calor e que gera um custo maior durante a produção, é que os produtores precisam fazer uso de nebulizadores e ventiladores para diminuir a temperatura nas granjas.
Quaresma
A zootecnista explica que é comum que o produto aumente um pouco no início do ano devido ao consumo que cresce bastante durante a quaresma, período que antecede a páscoa.
“Por tradições religiosas, as pessoas tendem a comer menos carne. Quando reduz o consumo de carne, aumenta o consumo de ovo. Acontece uma substituição de proteínas na alimentação da população”, explica.
O preço vai cair?
Neri fala que a perspectiva é de melhora no preço do produto e ela deve ocorrer após o termino da quaresma, mas principalmente com o fim do verão e a diminuição da temperatura.
“A partir do momento que começar a sair do verão e entrar para o outono, tende a melhorar também. Porque as galinhas vão se sentir melhor, vão ficar mais felizes e vão produzir mais ovos para gente”, finaliza.
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