Boca de urna aponta vitória da CDU na Alemanha; AfD é 2ª

BERLIM, 23 FEV (ANSA) – Pesquisa de boca de urna aponta uma vitória do partido conservador União Democrata Cristã (CDU), liderado por Friedrich Merz, nas eleições legislativas alemãs, enquanto a legenda de extrema Alternativa para a Alemanha (AfD) aparece em um inédito e esperado segundo lugar.   

O levantamento realizado para a emissora pública ARD põe a CDU com 29% dos votos, abaixo do necessário para garantir maioria no Parlamento, e a AfD com 19,5%.   

Já o Partido Social-Democrata (SPD), do impopular chanceler Olaf Scholz, está em terceiro, com 16%, seguido pelos Verdes, com 13,5%, e pela legenda A Esquerda, com 8,5%.   

O Partido Democrático Liberal (FDP), que provocou as eleições antecipadas ao romper com o governo Scholz, surge com 4,9% e arrisca não superar a cláusula de barreira de 5%, assim como a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), que se define como “conservadora de esquerda”, com 4,7%.   

Se os resultados se confirmarem, a CDU precisará formar uma coalizão para governar a Alemanha, provavelmente com o SPD e talvez com mais algum outro partido, a depender da distribuição de assentos no Parlamento.   

Apesar de serem rivais, CDU e SPD já governaram juntos durante a gestão da chanceler Angela Merkel, maior expoente da legenda conservadora – o próprio governo Scholz já era fruto de uma aliança que incluía os rivais Verdes e FDP.   

Todos os partidos tradicionais prometeram durante a campanha que não negociaram com a AfD, partido que dobrou sua votação com um discurso anti-imigração, a favor da assim chamada “família tradicional”, em defesa da neutralidade na guerra entre Rússia e Ucrânia e contra o euro, É a primeira vez desde a era nazista que a extrema direita alcança um resultado tão expressivo na Alemanha. “Trata-se de um resultado histórico, nós dobramos nossos votos”, celebrou a líder da AfD, Alice Weidel, uma mulher lésbica de 46 anos e mãe de dois filhos com a produtora de cinema Sarah Bossard, nascida no Sri Lanka, mas de cidadania suíça.   

“Estaremos sempre prontos a participar de um governo que queira realizar a vontade do povo”, acrescentou. (ANSA).   

Adicionar aos favoritos o Link permanente.