Moedas Globais: dólar fica sem direção única com incertezas nas relações EUA-Europa

O dólar ficou sem direção única frente a outras moedas fortes na sessão desta segunda, 24, influenciado por tensões geopolíticas e incertezas nas relações comerciais entre os EUA e a Europa. O euro operou praticamente estável ante o dólar, com investidores ainda avaliando o resultado das eleições parlamentares na Alemanha realizada ontem, que deu vitória à coalizão União Democrata Cristã (CDU) – União Social Cristã (CSU), mas revelou também um importante avanço do Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, que dobrou sua representatividade em relação a 2021 e se tornou o segundo maior partido do país.

O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, fechou perto da estabilidade, a 106,596 pontos. Perto das 17h50 (de Brasília), o dólar subia a 149,75 ienes. O euro operava perto da estabilidade e tinha leve avanço a US$ 1,0471, assim como a libra, que cedia ligeiramente a US$ 1,2629.

O MUFG destaca que as medidas protecionistas de Trump, incluindo a possibilidade de “tarifas disruptivas”, são um fator-chave para o desempenho futuro do dólar. A instituição avalia que, embora a incerteza comercial pressione a moeda no curto prazo, tarifas mais agressivas poderiam fortalecê-la no segundo trimestre.

A União Europeia está ampliando a lista de produtos dos EUA que terão tarifas retaliatórias caso Trump confirme tarifas sobre aço e alumínio, segundo a Bloomberg. A medida leva em conta o impacto nos EUA, fontes alternativas de suprimento e os efeitos nos estados-membros.

O Swissquote Bank ressalta que o agravamento das relações comerciais dos EUA, principalmente com a Europa, aumenta a incerteza no mercado. No entanto, o euro ganhou força após a eleição na Alemanha, segundo o ING, pressionando, o dólar, já afetado pelo protecionismo americano.

Há pouco, Macron defendeu que a “paz não pode significar a rendição da Ucrânia”. Para o Eurasia Group, isso reflete temores europeus sobre segurança regional e sinaliza negociações delicadas entre EUA e Europa, o que impacta o dólar.

A Capital Economics reforça que os riscos de uma “fissura transatlântica” aumentaram, embora seja improvável um rompimento total. A consultoria também aponta que os europeus podem elevar gastos com segurança, indicando desconfiança no apoio americano.

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