Zelensky diz que guerra pode acabar em 2025, mas pede garantias de que russos não vão voltar a atacar Ucrânia


Conflito entre Ucrânia e Rússia completou 3 anos nesta segunda (24). Neste período, cerca de 10 milhões de ucranianos tiveram que deixar suas casas – é o maior deslocamento de pessoas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. No dia em que a guerra contra a Rússia completou três anos, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que espera que o conflito termine ainda em 2025, mas pediu garantias de que os russos não voltarão a atacar o país.
Se nas trincheiras o ciclo de ataques se repete, no plano geopolítico, o mundo não é mais o mesmo. Em Kiev, líderes e chefes de governo europeus e o primeiro-ministro do Canadá se reuniram para demonstrar apoio aos ucranianos. Em meio a esse tanto de gente, uma ausência falou mais alto. Cadê os Estados Unidos?
O país, que nos últimos três anos enviou individualmente os maiores pacotes de ajuda militar, hoje não mandou nenhuma autoridade para participar do evento. É um reflexo da linha adotada pelo novo governo americano: quem quer apoio precisa oferecer contrapartidas econômicas. No caso da Ucrânia, o presidente Donald Trump está de olho em minérios.
Mais cedo, a ministra da Justiça da Ucrânia publicou em uma rede social que os dois países estão nos estágios finais das negociações sobre o acordo de minérios:
“Com quase todos os detalhes principais finalizados. Estamos comprometidos em concluir isso rapidamente”, escreveu ela.
Quais são os minerais raros da Ucrânia – e por que Trump está de olho neles?
A Ucrânia quer, como parte do acordo, que os Estados Unidos deem garantias de proteção militar contra os russos. Os ucranianos temem que um acordo de paz não impeça que Vladimir Putin volte a invadir o país no futuro. Ainda não foi divulgado quanto nem quais minérios fazem parte dessa negociação. Trump já chegou a exigir o equivalente a US$ 500 bilhões – um número cinco vezes maior do que a ajuda militar americana à Ucrânia até hoje.
A Ucrânia tem grandes depósitos de minérios estratégicos, como lítio e titânio. Além de minerais raros, que são dificilmente encontrados de forma pura na natureza, e que são essenciais na produção de smartphones e computadores. Mas parte considerável desses depósitos hoje está em áreas invadidas pela Rússia.
A Ucrânia tem grandes depósitos de minérios estratégicos, como lítio e titânio
Jornal Nacional/ Reprodução
Se os americanos querem contrapartidas financeiras, na Europa, os líderes mantêm o apoio irrestrito. O Reino Unido, por exemplo, anunciou nesta segunda-feira (24) o maior pacote de sanções contra a Rússia desde o começo da guerra. O alvo principal é a cadeia de suprimentos militares.
Já a presidente da Comissão Europeia disse que a Ucrânia está cada vez mais próxima de ingressar no bloco e que as sanções contra os russos serão mantidas até que o país demonstre vontade de negociar o fim da guerra.
No domingo (23), Volodymyr Zelensky chegou a dizer que renunciaria à Presidência se isso significasse a paz na Ucrânia e a entrada do país na Otan – a Aliança Militar do Ocidente.
Zelensky diz que guerra pode acabar em 2025, mas pede garantias de que russos não vão voltar a atacar Ucrânia
Jornal Nacional/ Reprodução
Nesta segunda-feira (24), a Espanha anunciou mais de 1 bilhão de euros em ajuda militar. E o primeiro-ministro do Canadá prometeu o envio de caças, veículos blindados e munição.
Em três anos de guerra, cerca de 10 milhões de ucranianos tiveram que deixar suas casas – é o maior deslocamento de pessoas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Volodymyr Zelensky disse que espera acabar com o conflito ainda em 2025 e, nesta segunda-feira (24), reiterou o desejo de ingressar na Aliança Militar do Ocidente. O que Vladimir Putin e agora Donald Trump não querem de jeito nenhum.
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