Rússia também trava guerra de informação com a Ucrânia, denuncia França

Um relatório do governo francês acusa a Rússia de conduzir uma campanha organizada de guerra de informações para legitimar e obter apoios em sua guerra contra a Ucrânia.

O organismo francês de luta contra as interferências digitais estrangeiras, Viginum, descreve até sete campanhas lançadas a serviço de Moscou para divulgar sua mensagem, em particular na Europa, Ucrânia e África.

Todas tentam “legitimar as bases da ‘operação militar especial’ na Ucrânia, apresentada como uma ação defensiva contra a suposta agressividade de um Estado ucraniano apoiado pelo ‘Ocidente’”, afirma o estudo.

As campanhas procedem de organismos estatais russos, mas também em atores privados que atuam como terceirizados ou que financiam as operações para “obter benefícios financeiros ou políticos”, afirmam os autores do estudo.

O documento aponta que existe uma campanha destinada a “minar o apoio ocidental à Ucrânia” por meio da usurpação da identidade de meios de comunicação ou instituições como a Otan ou o Ministério das Relações Exteriores francês.

Outra estratégia atua contra os meios e serviços especializados na verificação de fatos (fact-checking), enquanto a publicação ‘Voice of Europe’ ataca a reputação do governo ucraniano no Ocidente.

No território ucraniano, o “Portal Kombat é baseado em uma rede de mais de 200 sites que (…) transmitem massivamente publicações procedentes de fontes pró-russas” com o objetivo de “amplificar o ressentimento da população local russa contra as autoridades ucranianas”.

O diretor do Viginum, Marc-Antoine Brillant, afirma que “a desinformação, a propaganda e a comunicação são ferramentas essenciais na estratégia (da Rússia) de desestabilização”.

Ele cita um vazamento publicado em um meio de comunicação estoniano, segundo o qual a Rússia destina anualmente quase um bilhão de euros (seis bilhões de reais) para tais campanhas.

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