Marcinho VP nega suposta trégua entre CV e PCC: ‘Permanecem como inimigas’

O líder da facção criminosa Comando Vermelho (CV) desmentiu alegações sobre uma suposta trégua entre a organização fluminense e o Primeiro Comando da Capital (PCC), que domina a cidade de São Paulo. Segundo informações do Globo, Márcio dos Santos Nepomuceno – conhecido como Marcinho VP – teria classificado os boatos como “fake news”.

Há algumas semanas corre o rumor de que as duas facções teriam articulado uma aliança a fim de ampliar o domínio de tráfico de drogas na região amazônica. A informação foi incluída em um relatório elaborado pela Secretaria de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Uma vez ciente das notícias, Marcinho VP – que está preso desde 1996 – negou o possível pacto entre os grupos. O relatório de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) detalha que o criminoso enfatizou uma “uma postura de respeito” em relação à facção paulista, já que alguns dos integrantes são seus companheiros de prisão. Porém, ele reiterou a posição de inimizade dos blocos, dizendo que eles “permanecem como inimigos”.

Os ensaios de trégua entre as organizações fluminense e paulista correm desde 2019. CV e PCC analisavam uma conciliação articulada no âmbito jurídico pelos advogados dos líderes – Marcinho VP e Marcola, respectivamente – a fim de reivindicar melhores condições no sistema prisional.

“Na verdade, desde a internação do Marcola (2023), essa trégua de fato já existia no Rio e em São Paulo. Agora ela se espalhou por outros estados “, disse ao Globo o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

A relação das facções, porém, ainda é um terreno nebuloso, sem confirmações sobre alianças. Como endossa Marcinho VP, ambos os grupos mantêm postura de rivalidade – ao menos na esfera pública.

“O histórico de disputas territoriais entre CV e PCC pelo controle do tráfico de drogas sugere que qualquer tentativa de acordo seria analisada com cautela, especialmente diante do atual cenário de movimentações dentro das organizações criminosas. Nesse sentido, a iminência de sua libertação reforça a tese de que ele não demonstraria interesse em negociar uma trégua com uma facção historicamente rival”, finaliza o relatório.

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