Em discurso a países do Brics, Lula defende OMS, pede ‘governança’ para a IA e critica ‘quem aposta no caos’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso em defesa do multilateralismo nesta quarta-feira (25) em uma reunião do Brics em Brasília.
A reunião é o primeiro encontro do ano dos chamados “sherpas” – nome dado aos negociadores de cada governo do grupo de países. Lula foi o único chefe de Estado a participar da reunião, já que o Brasil preside o Brics neste ano.
“A presidência brasileira vai reforçar a vocação do bloco como espaço de diversidade e diálogo em prol de um mundo multipolar e de relações menos assimétricas. Esses objetivos guiarão o nosso trabalho ao longo desse ano”, disse Lula.
“O recurso ao unilateralismo solapa a ordem internacional. Quem aposta no caos e na imprevisibilidade se afasta dos compromissos coletivos que a humanidade precisa urgentemente assumir. Negociar com base na lei do mais forte é um atalho perigoso para a instabilidade e para a guerra”, disse.
Lula também defendeu a importância de órgãos globais como a Organização Mundial de Saúde (OMS), vinculada às Nações Unidas.
O presidente brasileiro não citou nominalmente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – que anunciou a saída de vários órgãos multilaterais, incluindo a própria OMS.
“Sabotar os trabalhos da OMS é um erro com sérias consequências. Fortalecer a arquitetura global de Saúde, com a OMS em seu centro, é fundamental para garantir um justo e equitativo acesso a medicamentos e vacinas necessários ao desenvolvimento sustentável de nossos países”, disse Lula.
🌎 O nome Brics é um acrônimo para os cinco primeiros países a comporem o bloco: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
🌎 Em 2023, seis países anunciaram adesão: Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes. A Argentina, porém, deixou a lista após a eleição de Javier Milei.
🌎 Já como presidente rotativo, em janeiro deste ano, o Brasil anunciou a entrada de outras seis nações como “parceiras”, um status inferior ao de membro pleno: Belarus, Nigéria, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
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