Corte francesa condena à prisão perpétua tunisiano por ataque com faca

Um tribunal francês sentenciou nesta quarta-feira (26) um tunisiano à prisão perpétua pelo assassinato de três pessoas – entre elas uma franco-brasileira – com uma faca em uma igreja de Nice, em 2020.

Brahim Aouissaoui, de 25 anos, admitiu nesta semana que foi o autor do ataque, mas afirmou que não se lembrava exatamente do que aconteceu.

Esse ataque, cometido em 29 de outubro de 2020, é um dos inúmeros atentados atribuídos a islamistas radicais ocorridos na França desde 2015.

Segundo os promotores, Aouissaoui, armado com uma faca de cozinha, quase decapitou Nadine Vincent, uma fiel de 60 anos; desferiu cerca de 25 facadas em Simone Barreto Silva, uma franco-brasileira de 44 anos; e degolou o sacristão da paróquia, Vincent Loques, de 55 anos.

O veredicto está de acordo com o pedido dos promotores, que solicitaram prisão perpétua sem possibilidade de condicional, ou seja, a pena mais alta possível na França.

Aouissaoui afirmou que os assassinatos constituíam uma vingança “legítima” pelas mortes infligidas pelo “Ocidente” a muçulmanos “inocentes”.

Um dos promotores afirmou nesta quarta-feira que o acusado era adepto da “ideologia jihadista”.

“Não é terrorismo”, declarou o acusado, aos gritos, antes de seu advogado lhe pedir que se acalmasse.

Na manhã do ataque, Aouissaoui entrou na Basílica de Notre Dame, no centro de Nice, com um exemplar do Alcorão, três facas e dois celulares, segundo os promotores.

Aouissaoui foi baleado pela polícia durante o ataque e, no passado, insistiu que não se lembrava de nada.

No entanto, exames médicos não indicaram qualquer dano cerebral, e uma avaliação psiquiátrica concluiu que o indivíduo não apresentava nenhuma alteração de julgamento no momento dos fatos.

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